ATA DA QUADRAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
02-6-2005.
Aos dois dias do mês de junho de dois mil e cinco,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ibsen Pinheiro,
João Antonio Dib, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Mônica Leal, Nereu D'Avila
e Professor Garcia. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Gerson
Almeida, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Paulo Odone, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Na ocasião, em face da inexistência
de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Trigésima Nona e
Quadragésima Sessões Ordinárias. À MESA, foram encaminhados: conjuntamente pela
Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, pela Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação, pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, pela
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos e pela Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, o Projeto de Resolução nº 105/05 (Processo nº 3324/05); pelo
Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providências nos 1153 e 1165/05
(Processos nos 3328 e 3376/05, respectivamente) e o Pedido de
Informações nº 137/05 (Processo nº 3331/05); pelo Vereador Carlos Comassetto, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/05 (Processo nº 3243/05);
pelo Vereador Carlos Todeschini, a Indicação nº 047/05 (Processo nº 3445/05);
pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Projetos de Lei do Legislativo nos
146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154 e 155/05 (Processos nos
3116, 3117, 3121, 3123, 3124, 3125, 3126, 3127, 3128 e 3129/05,
respectivamente); pelo Vereador Ibsen Pinheiro, os Pedidos de Informações nos
140 e 141/05 (Processos nos 3410 e 3411/05, respectivamente); pela
Vereadora Manuela d’Ávila, os Pedidos de Providências nos 1101 e
1102/05 (Processos nos 3270 e 3272/05, respectivamente); pela
Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Providências nº 1100/05 (Processo nº
3259/05); pelo Vereador Professor Garcia, o Pedido de Providências nº 1156/05
(Processo nº 3343/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
10189878, 10189917, 10189934, 10189940, 10189943, 10189945 e 10189948/05, do
Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Elenara Cônsul Missel,
Vice-Presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Sul –
SERGS, que contestou anúncios divulgados na imprensa pelo Sindicato Médico do
Rio Grande do Sul – SIMERS e pelo Movimento das Donas de Casa e Consumidores do
Rio Grande do Sul, contrários à realização de partos por profissionais de
enfermagem. Nesse sentido, afirmou que as enfermeiras com especialização em
Obstetrícia estão capacitadas para essa atividade, representando mudanças
positivas em termos de humanização e melhor qualidade de saúde para a parturiente
e o recém-nascido. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Aldacir Oliboni, Manuela d’Ávila, Dr. Goulart, Professor Garcia,
Elias Vidal e Bernardino Vendruscolo manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e cinco minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor
Presidente registrou as presenças do Frei Carlos Rockenbach, Pároco da Paróquia
Santo Antônio, do Bairro Partenon, e representante do Conselho Pastoral
Paroquial, e dos Senhores Arno Nicolau Heck e Edite Heck, casal Presidente do
Conselho Paroquial da Paróquia Santo Antônio, convidando-os a integrarem a Mesa
dos trabalhos e informando que Suas Senhorias comparecem a este Legislativo
para divulgar a Festa de Santo Antônio, a ser realizada no dia treze de junho
do corrente. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Vereador Professor Garcia que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Também, o
Senhor Presidente concedeu a palavra ao Frei Carlos Rockenbach, que convidou a
todos para participarem das atividades que integrarão a Festa de Santo Antônio,
destacando que essa festividade integra o calendário oficial de eventos de
Porto Alegre desde mil novecentos e oitenta e oito e é considerada a segunda
maior festa religiosa do Município. Finalizando, efetuou a distribuição de
“pães de Santo Antônio”, proferindo uma benção aos presentes. Às quatorze horas
e cinqüenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a
existência de quórum. Em continuidade, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo
o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria realizada
homenagem ao Centro Uruguaianense de Porto Alegre, pelo transcurso do
qüinquagésimo aniversário dessa entidade. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói
Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Joal
Rodrigues da Silva, Indemburg Almeida de Oliveira, Paulo Martins Samuel e José
Eduardo Tavares, respectivamente Presidente, Diretor da Sede Central e Diretor
de Finanças e Relações Públicas do Centro Uruguaianense de Porto Alegre; a
Senhora Cecília Aramburu da Silva, esposa do Presidente do Centro Uruguaianense
de Porto Alegre; o Vereador Nereu d’Avila, 1º Secretário deste Legislativo. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz saudou o Centro Uruguaianense de Porto
Alegre pelo aniversário dessa entidade, asseverando que os eventos ali
promovidos se direcionam ao congraçamento entre cidadãos uruguaianenses que
vivem na Cidade, bem como entre seus amigos e familiares. Ainda, salientou a
importância do desenvolvimento de ações voltadas à preservação das tradições e
consolidação de conceitos como amizade, irmandade e convivência social. A
seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Joal Rodrigues da
Silva, que, em nome do Centro Uruguaianense de Porto Alegre, agradeceu a
homenagem prestada pela Casa. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou
os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino de Uruguaiana. Às quinze
horas e vinte e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e vinte e cinco minutos, constatada a
existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Manuela d’Ávila
cumprimentou os representantes da comunidade de Uruguaiana, presentes no
Plenário. Também, analisou o sistema brasileiro de educação e, comentando
proposta de reforma universitária apresentada pelo Governo Federal, declarou
que a versão atual desse Projeto inclui quase que em sua integralidade questões
aprovadas pela União Nacional dos Estudantes, representando meio eficaz de
inclusão educacional dos jovens brasileiros. Após, o Vereador João Antônio Dib
formulou Requerimento verbal, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº
006/05 seja votado na Ordem do Dia da presente Sessão, tendo o Senhor
Presidente determinado à Diretoria Legislativa que analisasse a possibilidade
de atender esse Requerimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely
debateu o Projeto de Lei do Legislativo nº 131/05, de sua autoria, que obriga a
identificação visual dos Agentes de Trânsito da Empresa Pública de Transporte e
Circulação – EPTC. Sobre o tema, frisou que esse Projeto responde a demandas do
Sindicato dos Taxistas – SINTÁXI, classificando-o como um instrumento auxiliar
para construir uma relação de respeito e harmonia entre os agentes de trânsito
e a população porto-alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino
Besson, registrando falar em nome pessoal e não em nome da Bancada do Partido
Democrático Trabalhista, analisou ordem judicial da 1ª Vara da Fazenda Pública,
que determinou o desarmamento da Guarda Municipal de Porto Alegre. Ainda,
defendeu o porte de armas de fogo pelos agentes dessa Guarda, avaliando os
riscos decorrentes de ações de segurança pública sem o uso do armamento
adequado. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Mônica Leal lembrou o lançamento, no
Município, do Programa Vizinhança Segura, debatendo decisão judicial que
determinou o desarmamento da Guarda Municipal de Porto Alegre, decorrente de
ação impetrada pelo Ministério Público. Nesse sentido, contestou o embasamento
legal que ocasionou a suspensão do referido Programa, afirmando que a Lei
Orgânica do Município admite a execução de projetos que objetivem maior
segurança pública. O Vereador Adeli Sell lamentou a alta taxa de criminalidade
no Município, condenando casos de violência ocorridos recentemente em Porto
Alegre. Sobre a questão, registrou a realização de reunião, ontem, na Federação
das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul – FEDERASUL, com a presença
do Secretário de Segurança do Estado, mencionando que, segundo dados fornecidos
por essa entidade, o repasse de verbas estaduais ao Município é insuficiente.
Na ocasião, os Vereadores Carlos Todeschini, Carlos Comassetto, Ervino Besson,
Sofia Cavedon, Aldacir Oliboni, Luiz Braz, Manuela d’Ávila, Nereu D’Avila, João
Antonio Dib e Haroldo de Souza manifestaram-se e formularam Questões de Ordem
acerca da possibilidade de ingresso no Plenário de grupo de taxistas de Porto
Alegre, os quais teriam a finalidade de expressar sua insatisfação pela falta
de segurança no Município, tendo o Senhor Presidente prestado informações e
determinado a retirada dos Anais da presente Sessão de declarações do Vereador
Carlos Comassetto sobre o assunto, realizadas durante o aparte no
pronunciamento do Vereador Adeli Sell, em Comunicações. Também, em face de
Questão de Ordem formulada pelo Vereador Carlos Comassetto, acerca das
disposições regimentais que embasaram a decisão do Senhor Presidente de
determinar a retirada de declarações constantes no aparte de Sua Excelência,
durante o pronunciamento no período de Comunicações do Vereador Adeli Sell, o
Senhor Presidente reiterou sua decisão nesse sentido e prestou esclarecimentos
acerca do artigo 99 do Regimento, que dispõe sobre a possibilidade de Recurso
contra a decisão da Presidência. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ibsen Pinheiro
avaliou a importância do trabalho realizado pela Comissão de Constituição e
Justiça, presidida por Sua Excelência, analisando os critérios técnicos e
jurídicos utilizados na avaliação dos Projetos que por lá tramitam e esclarecendo
que essas proposições não podem exceder os limites da competência do Poder
Legislativo e devem pautar pelo respeito à legislação vigente, que começa no
Regimento desta Casa e termina na Constituição Federal. Na oportunidade, o
Senhor Presidente registrou que os Vereadores Raul Carrion e Maristela
Meneghetti estão em Representação Externa deste Legislativo, em Brasília – DF,
no Seminário Internacional Legislação e Gestão Urbana. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Professor Garcia referiu-se ao aumento do valor dos combustíveis no
País, comentando que a Assembléia Legislativa da Bahia instaurou Comissão
Parlamentar de Inquérito para averiguar os aumentos abusivos dos combustíveis
naquele Estado. Ainda, afirmou ser injustificável as variações de preços nesses
produtos e cobrou providências por parte dos órgãos responsáveis, a fim de que
sejam investigadas as causas desse fato. Na ocasião, o Senhor Presidente
informou que representantes dos taxistas de Porto Alegre agendaram, hoje à
tarde, audiência com a Presidência desta Casa. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 012/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos
Comassetto e Bernardino Vendruscolo, os Projetos de Lei do Legislativo nos
120, 134, 158 e 131/05, este discutido pela Vereadora Mônica Leal; em 2ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 077, 144 e 143/05,
este discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto e Professor Garcia, os
Projetos de Resolução nos 101 e 100/05, este discutido pelo Vereador
Professor Garcia; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 008/05, discutido pelo Vereador Bernardino
Vendruscolo, o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº
055/05, discutido pelos Vereadores Professor Garcia e Bernardino Vendruscolo, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 064/05, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
009/05, discutido pelo Vereador Professor Garcia; em 4ª Sessão, o Projeto de
Resolução nº 098/05; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 094/05. Na
ocasião, o Vereador Carlos Todeschini apresentou, verbalmente, o Recurso
previsto no artigo 99 do Regimento, contra decisão tomada pelo Senhor
Presidente, que determinou a retirada de declarações constantes no aparte do
Vereador Carlos Comassetto durante o pronunciamento no período de Comunicações
do Vereador Adeli Sell, tendo o Senhor Presidente determinado que o referido
Recurso fosse formalizado por escrito. Em prosseguimento, foi apregoado
Recurso, com base no artigo 99 do Regimento, de autoria, conjuntamente, dos
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Gerson Almeida, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes e Sofia Cavedon, contra
decisão tomada pelo Senhor Presidente, que determinou a retirada de declarações
constantes no aparte do Vereador Carlos Comassetto durante o pronunciamento no
período de Comunicações do Vereador Adeli Sell. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o
Vereador João Antonio Dib esclareceu ter feito Requerimento à Mesa Diretora
para que seja votado no dia de hoje o Projeto de Lei do Executivo nº 006/05,
que acrescenta o nome do ecologista José Lutzenberger à denominação oficial da
Reserva Biológica do Lami, analisando a tramitação desse Processo na Casa e
elogiando a importância da trajetória do Senhor José Lutzenberger na luta em
prol do meio ambiente. O Vereador Professor Garcia debateu reportagem publicada
no jornal Zero Hora de ontem, intitulada “Capital gaúcha é a de maior uso de
maconha por alunos”, lendo trechos dessa matéria. Nesse contexto, discorreu
sobre dados divulgados pela Secretaria Nacional Antidrogas, divulgados nessa
reportagem jornalística, ressaltando a importância do diálogo na família como
uma das maneiras de se combater o uso de substâncias entorpecentes por crianças
e adolescentes. O Vereador Sebastião Melo reportou-se à decisão judicial que
proibiu a Guarda Municipal de Porto Alegre de portar armas de fogo,
manifestando-se contrariamente à Lei Federal nº 10.826/03, conhecida como
Estatuto do Desarmamento. Dessa maneira, citou exemplos de cidades que possuem
guardas municipais armadas, defendendo que o Ministério Público e o Executivo
de Porto Alegre trabalhem mais efetivamente em prol da segurança pública. Na
ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Resolução nº
077/05 (Processo nº 1785/05): de nº 03, proposta pelo Vereador Nereu D'Avila e
assinada pelos Vereadores Dr. Goulart, Líder da Bancada do PDT, e Sebastião
Melo, Líder da Bancada do PMDB; de nos 04 e 05, de autoria do
Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Clênia Maranhão discorreu acerca da programação de atividades da
Prefeitura Municipal em função da passagem da Semana do Meio Ambiente, destacando
o projeto de recuperação do Arroio Dilúvio. Nesse sentido, elogiou o enfoque
dado pelo Governo Municipal às questões de educação ambiental da população,
mostrando-se favorável à política de integração entre Secretarias e Autarquias,
que vem sendo implementada pelo Executivo Municipal. Na oportunidade, o
Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando
informações acerca da tramitação do Requerimento de Sua Excelência, formulado
durante a Nona Sessão Ordinária, acerca dos repasses de verbas do Governo do
Estado do Rio Grande do Sul ao Município de Porto Alegre, tendo o Vereador
Sebastião Melo manifestado-se sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Sofia Cavedon rechaçou declarações de que a Vereadora Manuela d'Ávila
estaria motivando a juventude para a prática de atos de vandalismo, defendendo
a postura política de Sua Excelência na defesa dos jovens. Ainda, considerou
fora de foco a discussão em torno do desarmamento de agentes da Guarda
Municipal, alegando que o Governo Estadual continua sendo o maior responsável
pela segurança pública da população. O Vereador Luiz Braz abordou a relevância
da representatividade desta Casa em relação a todos os segmentos da sociedade,
mostrando-se favorável ao ingresso neste Plenário de pessoas que aqui
comparecem com a finalidade de apresentar suas reivindicações pacificamente.
Nesse sentido, lembrou e reprovou episódio acontecido no dia dezoito de março
do corrente, quando grupo de estudantes manifestaram-se de forma agressiva nas
dependências deste Legislativo. A Vereadora Manuela d'Ávila convidou as
organizações de jovens da Cidade para que prestigiem o 16º Festival Mundial da
Juventude dos Estudantes, a ser realizado em agosto, na Venezuela, salientando
a relevância da paz e da solidariedade no mundo. Ainda, enalteceu o papel
assumido pela juventude nos principais momentos da história brasileira,
homenageando os esforços dessa parcela da população no sentido de tornar o
Brasil um país justo e soberano. Em continuidade, por solicitação do Vereador
José Ismael Heinen, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
Senhor Oscar Sacramento, falecido no dia de ontem. Às dezessete horas e
cinqüenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na
Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e
Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu
D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
A Srª Elenara Cônsul Missel,
representando o Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Sul, está
com a palavra, para tratar de assunto relativo a “Enfermeiros fazem parto,
sim”, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. ELENARA CÔNSUL MISSEL: Boa-tarde. Nossos
cumprimentos ao Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, ao cumprimentá-lo,
cumprimentamos a todos os Vereadores e Vereadoras presentes. Nossos
cumprimentos aos enfermeiros e enfermeiras que assistem à nossa manifestação.
Inicialmente, o Sindicato dos Enfermeiros
gostaria de agradecer a possibilidade de ocuparmos este importante espaço na
tribuna da Câmara de Vereadores para tratar de um tema tão caro para a
população de Porto Alegre, a saúde.
Nas duas últimas semanas estão sendo
publicados pelo SIMERS - Sindicato que "representa" a categoria
médica no Estado do Rio Grande do Sul -, em conjunto com o Movimento das
Donas-de-Casa - estas em nome da defesa do consumidor -, anúncios publicitários
que trazem a imagem de uma enfermeira pedindo silêncio e com o slogan
"Enfermeiras fazem parto no Hospital Nossa Srª da Conceição". Esses
anúncios agridem toda uma categoria profissional, o Hospital Nossa Srª da
Conceição, de caráter exclusivamente público - 100% dos atendimentos são feitos
pelo SUS -, e a instituição de ensino universitário, a Unisinos, que faz seu
estágio de especialização em enfermagem obstétrica no referido hospital. Ao
fazerem tal campanha, o SIMERS e o Movimento das Donas-de-Casa em Defesa do
Consumidor, tentam aterrorizar a população, passando a idéia de que o
atendimento realizado no serviço público de saúde é ruim, colocando em risco a
vida das pessoas, porque é feito por enfermeiras. Vão mais longe ainda essas
entidades e tentam insinuar que isso é feito às escondidas e que é ilegal. Os
movimentos sociais conquistaram isso e está inscrito na Constituição brasileira
a universalidade do atendimento em saúde: "Saúde é um direito de todos e
um dever do Estado".
O SUS, apesar de seus inúmeros problemas,
tem se efetivado na prática, é a opção da maioria da população brasileira de
atendimento em saúde. O SUS traz consigo o modo de atender as pessoas baseado
na integralidade. Para isso é necessário uma equipe de profissionais de saúde
interagindo entre si em prol do paciente, e não um único profissional.
Os enfermeiros e enfermeiras atuam para
que se tenha uma saúde pública de qualidade para todos em nosso País. Os
enfermeiros e enfermeiras têm uma formação profissional e uma prática cotidiana
que humaniza o atendimento de saúde. Por isso têm sido atacados permanentemente
pelas entidades médicas, diga-se de passagem, essa não é a primeira vez e, por
certo, não será a última.
Esse debate em pleno século XXI, a
realização de partos em mulheres por mulheres, considerando que a maioria da
enfermagem é do sexo feminino, nos faz lembrar dos tempos em que as bruxas -
mulheres sábias - e as parteiras eram queimadas em fogueiras.
Os partos do Hospital Conceição estão
sendo realizados por Enfermeiras Obstetras ou por Enfermeiras alunas do Curso
de Especialização em Enfermagem Obstétrica, sob a supervisão de uma professora
especialista nessa área.
A realização de parto normal pela
Enfermeira tem amparo na Lei Federal nº 7.498, de 25 de junho de 1986, porém,
cursos de formação de parteiras e obstetrizes são regulamentados.
Os cursos de especialização em Enfermagem
Obstétrica são oferecidos em várias e importantes universidades brasileiras; no
Estado do Rio Grande do Sul, oito dos 14 cursos oferecidos nos últimos cinco
anos tiveram financiamento do Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde reconhece o preparo
técnico e cientifico das Enfermeiras Obstetras, seu compromisso com assistência
ética humanizada, e alinha-se às políticas da Organização Mundial de Saúde e
dos países desenvolvidos ao incentivar, apoiar e viabilizar a atuação dessa
profissional na atenção ao parto, através de Portarias que regulamentam o
procedimento no âmbito do SUS - Sistema Único de Saúde.
As Enfermeiras Obstetras participam da
elaboração das diretrizes de atendimento à mulher pelo SUS, através das
associações que as representam.
As Enfermeiras Obstetras realizam partos
normais na maior parte dos Estados brasileiros, tendo seu trabalho reconhecido
pela comunidade científica e a população local. Conforme realidade apontada
pelo Ministério da Saúde, a normalidade dos partos representa 75% do total.
O apedido do Sindicato Médico revela
desinformação da entidade sobre as políticas públicas de saúde do País e sobre
a posição e participação da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia,
órgão representativo da classe médica na elaboração de tais políticas. Tais
acontecimentos, além de nos levar a esclarecer a população e as autoridades,
nos possibilitam, também, refletir sobre as atuais práticas de atenção à saúde
das mulheres em nosso País. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que
"o objetivo da assistência é obter uma mãe e uma criança saudáveis com o
mínimo possível de intervenção, que seja compatível com a segurança. Essa
abordagem implica que, no parto normal, deve haver uma razão válida para
interferir sobre o processo natural".
O termo "humanizar", para nós,
significa uma atenção em saúde que reconhece os direitos fundamentais de mães e
crianças, além do direito à tecnologia apropriada, baseada na evidência
científica. Isso inclui: o direito à escolha do local, pessoas e formas de
assistência no parto, a preservação da integridade corporal de mães e crianças,
o respeito ao parto como experiência altamente pessoal, sexual e familiar e a
proteção contra abuso e negligência.
Esse conjunto de recomendações foi
sintetizado e publicado, em 1996, pela OMS, traduzido e distribuído pelo
Ministério da Saúde do Brasil em 2000, conhecido como "Recomendações da
OMS".
No Brasil, como em outros países, essas
recomendações vêm sendo sistematicamente desconsideradas. Os procedimentos
reconhecidamente danosos e ineficazes, que deveriam ser eliminados, continuam a
fazer parte do dia-a-dia da maioria dos serviços. Alguns exemplos são: a
imobilização, a posição horizontal durante o parto; o uso rotineiro de enema
(lavagem intestinal), da tricotomia (raspagem dos pêlos pubianos) e da
episiotomia (corte e costura da vulva e vagina). Mesmo as práticas que,
devidamente indicadas, poderiam ser úteis, são usadas de forma inadequada,
causando mais dano que benefício como, por exemplo, os exames vaginais
freqüentes.
Além de apoiar-se na crença na segurança
da cesárea, a cultura do parto com hora marcada é facilitada pelos vários
mecanismos de pagamentos diferenciados, que tornam a cesárea mais rentável para
os serviços e profissionais ao estabelecer uma ordem de produção em série.
Desde 1998, iniciativas governamentais
buscam reduzir as taxas de cesárea no País. Uma dessas medidas apóia o
atendimento ao parto pela enfermeira obstetriz quando não houver complicação e
prevê o pagamento da anestesia de parto aos serviços do SUS.
Atualmente, há uma tendência a se
considerar que melhorar a qualidade da experiência do parto - por meio de uma
assistência baseada na evidência, orientada pelo direito, respeitosa e centrada
na mulher - pode ser o caminho mais promissor, tanto para tornar o parto mais
seguro quanto para reduzir a demanda por cesáreas.
A OMS condena o uso rotineiro de soro,
episiotomia, isolamento, jejum, separação da mãe e do bebê, entre outras coisas.
Pode-se perceber que as entidades médicas
caminham na contramão da proposta do próprio Ministério da Saúde, que, desde a
gestão do então Ministro José Serra, vem tomando iniciativas no sentido de
humanizar o parto. Não colaboram para uma mudança no modo de atenção à saúde
das mulheres, que privilegie o atendimento no qual a qualidade e a competência
estão a serviço da dignidade da pessoa humana e não a serviço do mercado de
conveniência, como o fazem alguns profissionais.
Felizmente, a posição da entidade que representa a categoria
médica não é hegemônica. Muitos profissionais médicos reconhecem a importância
do trabalho em equipe dentro das instituições de Saúde, porque nenhum
profissional é dono exclusivo do saber cuidar em saúde. A população precisa de
todos os profissionais de Saúde atuando de forma integrada, dentro das suas
áreas de conhecimento, embasados legalmente e tecnicamente em torno daquele que
deveria ser o principal objetivo de nossas profissões: o bem-estar e a
manutenção da vida!
Finalizando, gostaríamos, mais uma vez,
de agradecer a atenção dos senhores e das senhoras. Com toda certeza, as
matérias publicadas não são de todo nefastas, porque nos possibilitam
restabelecer a verdade: As enfermeiras fazem parto, sim, têm respaldo legal,
competência técnica e reconhecimento social, e, sobretudo, têm compromisso em
oferecer condições para que a mulher e a sua família vivam, sim, a experiência
do parto da melhor maneira possível, como um evento saudável e prazeroso.
Enfermeiras humanizam o parto, sim!” Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos a Srª
Elenara Cônsul Missel para fazer parte da Mesa.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srª
Elenara Cônsul Missel, Vice-Presidente do Sindicato dos Enfermeiros; nobres
colegas da Saúde, Enfermeiros que estão aqui presentes, quero saudar e
parabenizar todos os trabalhadores da Saúde pela passagem do seu dia, ocasião
em que se comemorou o Dia Internacional da Saúde com várias atividades aqui
nesta Casa. Quero dizer que, realmente, essa luta tem que ser uma luta
coletiva, não só dos trabalhadores da Saúde, mas de todos os cidadãos que
conhecem de perto essa atividade tão importante.
Nós sabemos que, em nível federal, o
Senador Geraldo Althoff, do PFL de Santa Catarina, apresentou um Projeto de Lei
sobre o Ato Médico, e, em função de inúmeros problemas, o Senador Tião Viana
apresentou um Substitutivo, que é, na verdade, a matéria pela qual todos os
trabalhadores, segmentos, entidades e conselhos estão discutindo uma
alternativa no sentido de poder-se contrapor a esse Projeto de Lei.
Nós entendemos que não há como não
respeitar o fórum das entidades. Nós também percebemos que para cada profissão
existe uma legislação específica, que não está sendo respeitada, como também
sabemos que esse Projeto interfere diretamente na autonomia das profissões.
Por essa razão, nós entendemos que é
necessário que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre não só se pronuncie logo
ali adiante, como nós temos, no dia 28, uma Audiência Pública nesta Casa,
promovida pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, mas que possa elaborar uma
definição e um encaminhamento, quem sabe aprovando uma Moção, no intuito de
atender a essas expectativas da categoria em nível nacional.
Entendemos que essa iniciativa, nobre
Vice-Presidente Elenara, é de enorme importância para todos os cidadãos e
cidadãs, e o Sindicato Médico, principalmente, deve perceber a importância das
demais categorias para a sua atividade-fim, que, sem essas demais profissões -
enfermeiros, psicólogos e outros -, não teria uma complementação como tal.
Vossa Senhoria discorreu aqui na tribuna
a respeito do que hoje sendo feito, e tem, sem dúvida, o apoio da Bancada do
Partido dos Trabalhadores nessa luta, nessa caminhada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra, nos termos do art.
206 do Regimento.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Caro Presidente, Srª Elenara Cônsul Missel, Vice-Presidente do Sindicato dos
Enfermeiros do nosso Estado, eu fico extremamente agradecida por vocês virem a
esta Câmara. Nós presenciamos, nas últimas semanas, uma atitude quase fascista
do Sindicato Médico do nosso Estado, que, no intuito de justificar a Lei
injustificável do Ato Médico, começou com campanhas pontuais deslegitimando
cada uma das categorias e profissionais da área da Saúde para poder, mais
adiante, novamente, trazer à tona a questão da regulamentação da sua profissão
de médico, e a desregulamentação de todas as outras profissões da área da
Saúde. Nós sabemos que “a verdade faz bem à saúde”, a verdade faz muito bem
para todos e todas nós, e a verdade é que nós não podemos, nesta cidade de
Porto Alegre, uma cidade que tem tradição democrática, nos calarmos diante
dessa proposta de Lei do Ato Médico, dessas atitudes e dessas simulações de
falsas denúncias, porque o que se tentou colocar foi uma denúncia de que o ato
que acontecia no Hospital Conceição era irregular, não sendo irregular,
passando essa imagem para a sociedade. Eu tive a oportunidade de participar de
um debate com o Presidente do Sindicato, e nós pudemos identificar que esse é o
objetivo de uma categoria que quer ser regulamentada, e esse é um direito
legítimo, mas para isso pensa que deve ser a única dona, a dona exclusiva de
todas as vertentes decorrentes da área da Saúde no nosso País. Nós, do PCdoB,
trabalhamos com diversos cursos das universidades do nosso Estado da área da
Saúde, com estudantes de enfermagem da UFRGS, da Feevale, fizemos inclusive uma
mobilização, em conjunto com a UNE, aqui em Porto Alegre, contra o Ato Médico.
E temos a certeza de que somente combatendo o Ato Médico nós vamos conseguir
estabelecer e restabelecer a verdade no nosso País e passarmos a discutir os
temas que de fato interessam à Saúde, como a atenção integral prevista pelo
SUS, que já inclui, na própria formatação do Sistema Único de Saúde, a
existência de todos os profissionais da área da Saúde, com suas próprias
competências, inclusive independente dos médicos neste País.
Parabéns, boa luta e contem com a gente
em todas as batalhas dessa guerra contra a Lei do Ato Médico. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. GOULART: Em primeiro lugar queria cumprimentar a
minha querida amiga Elenara Missel e dizer da minha perplexidade frente ao fato
de a quem interessa essa briga, a quem interessa esse enfrentamento? Porque
sabemos muito bem que um dos grandes princípios sagrados do SUS é a
integralidade da ação. É a integralidade, a totalidade da ação. Sabemos também
que existe uma Lei permitindo que enfermeiros façam parto; existe, isso é um
fato. Mas sabemos também que o enfermeiro pode fazer parto normal; não pode
fazer um parto instrumentado, não pode fazer um parto cesáreo, porque carece da
formação nesse sentido. Então, a ação passa a não ser integral, e nós podemos
aceitar na equipe multidisciplinar médica a presença de uma enfermeira ou
enfermeiro que possa fazer até parto normal. Porém sabemos também que 20% dos
partos complicam e que, na campanha distante, onde as parteiras os faziam,
morria mãe ou morria filho. Isso tem de ficar bem claro, e eu não entendo por
que o Sindicato Médico compra essa briga. Essa briga não é necessária, porque
está bem descrito o papel de cada funcionário da Saúde na equipe
multidisciplinar.
Também fico um pouco perplexo com uma
frase que agride: “Enfermeiras fazem parto, virgula, sim!” Isso não é preciso.
Tem de ser mais brando, mais humanitário: “Fazemos parte de uma equipe
multidisciplinar e fazemos parto”. O “vírgula sim” não é necessário, como
também não é necessário o Sindicato Médico se preocupar em fazer uma luta
desnecessária, porque conhecemos bem como devem ser essas funções na Saúde para
o povo do SUS, que é aquele que nós temos de defender. E eu fico pensando: essa
briga será que não é para facilitar o pagamento futuro de outros funcionários
que não usam a integralidade da ação? Será que não existe, por trás disso,
outros interesses maiores do que simplesmente esse embate entre profissionais
que sempre trabalham em harmonia, sempre trabalham juntos?
Os médicos sabem que os enfermeiros e as
enfermeiras são seus anjos da guarda na ação de Saúde. É desnecessária essa
luta, em prol de quem precisa e de quem nós vamos defender sempre: o usuário do
SUS. Muito obrigado, Excelência. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor
Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezada Srª Elenara Missel,
Vice-Presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Sul,
queremos, primeiramente, parabenizar o Sindicato por, neste momento, fazer esse
contraponto, ou seja, mostrar para a sociedade que as enfermeiras fazem parto,
sim! Eu acho que é importante fazer esse contraponto.
E o Dr. Goulart colocou que é permitido à
graduada em enfermagem fazer parto normal, não o parto instrumental - como foi
dito. E isso é importante até para esclarecimento da população.
Eu faço parte, como Conselheiro, do
Conselho Federal de Educação Física, do Fórum Nacional da Área da Saúde, e esse
assunto é um assunto que surpreende, porque será que os médicos querem mostrar
uma hierarquia? Ou nós somos todos do mesmo nível? Eu entendo que nós somos
todos do mesmo nível! Todos fizemos um curso superior. (Palmas.)
Então, mediante isso, eu acho que vocês
têm que comprar essa briga e dizer: “Nós somos enfermeiros e fazemos parto,
sim!” Parabéns pela luta. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Elias Vidal
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, Srª Vice-Presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio
Grande do Sul, em nome da Bancada do PTB - Ver. Maurício, Ver. Brasinha, Elias
Vidal, e o nosso próprio Presidente, Ver. Elói Guimarães -, nós não poderíamos
deixar de fazer aqui a nossa manifestação de apreço a essa classe tão especial
que são os enfermeiros.
Gostaria de deixar aqui registrado, por
nossa Bancada, a Bancada do PTB, o nosso carinho, o nosso reconhecimento, pelo
papel relevante que os senhores desempenham na sociedade. Todos nós, de uma
forma ou de outra, dificilmente não tenhamos necessitado, alguma vez, do
trabalho de um enfermeiro ou de uma enfermeira. Eu trabalhei alguns anos em
hospital, não como enfermeiro, como auxiliar de enfermagem, e ali pude conviver com a classe médica, com os enfermeiros,
enfim, com essa família tão sagrada que salva vidas. A gente sabe, não
menosprezando, de forma alguma, o papel do médico, como falou muito bem o Dr.
Goulart - temos dois médicos aqui, o Dr. Sebenelo também -, que, muitas vezes,
a cura e a recuperação de um paciente têm muito mais a ver com o trabalho da
equipe de enfermagem do que propriamente com o médico, porque o ser humano
também precisa de carinho, e o enfermeiro é muito mais presente, muitas vezes,
que o médico, até porque o médico tem dificuldade de dar um tempo tão contínuo
como faz a equipe de enfermagem.
Todos os meus colegas falaram com
bastante equilíbrio, e eu não quero me deter nesse aspecto, mas sim, como
Bancada, deixar aqui registrado o nosso carinho a todos os senhores nessa
missão tão sagrada que é o trabalho da enfermagem. São profissionais qualificados,
e esta Bancada, sempre, de alguma forma, estará ao lado dos senhores naquilo
que for possível, no mínimo rezando, orando para que vocês possam continuar
essa missão tão sagrada, a de salvar vidas, amenizando a dor, o sofrimento de
muitos seres humanos.
Parabéns pelo Dia de vocês, pela Semana,
pelo trabalho dos senhores! Contem com a nossa Bancada. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos saudar a Srª
Elenara Cônsul Missel, que é a Vice-Presidente do Sindicato dos Enfermeiros do
Estado do Rio Grande do Sul, bem como saudar, aqui, também, as diferentes
entidades e enfermeiras presentes a este ato, e dizer que a matéria foi trazida,
aqui, de forma clara, pela oradora Elenara.
As Bancadas se manifestaram. O tema está
posto. Quero apenas dar um depoimento: que tive a oportunidade de conhecer, no
interior do nosso Estado, as grandes parteiras - pessoas que eram dotadas quase
que de um dom divino, e faziam partos -, pessoas humildes e simples do nosso
Interior.
Portanto, Srª Vice-Presidente, receba a
nossa saudação, a saudação da Casa, e êxito nesta reivindicação, que tem os
seus conflitos, mas que haverá de ser levada a bom termo no sentido de
preservar os direitos desta categoria tão importante e fundamental para a Saúde,
que é a atividade das enfermeiras e enfermeiros.
Encerramos o presente espaço, por dois
minutos, para as despedidas da ilustre Vice-Presidente do Sindicato das
Enfermeiras. Obrigado.
Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h35min.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h39min): Estão
reabertos os trabalhos.
Hoje temos o comparecimento do Frei
Carlos Rockenbach, pároco da Paróquia Santo Antônio e representante do Conselho
Pastoral Paroquial, que vem fazer a divulgação da Festa de Santo Antônio, no
dia 13 de junho. Solicito que o nosso ilustre Pároco tome assento à Mesa.
Convidamos também a fazer parte da Mesa o Sr. Arno Nicolau Heck e Srª Edite
Heck, casal Presidente do Conselho Paroquial da Paróquia Santo Antônio do
Partenon.
O Ver. Professor Garcia, proponente desta
homenagem, está com a palavra.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, Ver. Elói Guimarães,
prezado Frei Carlos Rockenbach, Pároco da Paróquia Santo Antônio, caros amigos
Arno e Edite, casal representante do Conselho Paroquial e também coordenador
dos festejos, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, e também a Marlene, a Neiva, o
Joal, a Cecília, que estão aqui presentes, bem como o Doro, a Zulmira, o
Anacleto, o Mativi, quero dizer da alegria de mais uma vez a Paróquia Santo
Antônio visitar esta Casa. Todos os anos, tradicionalmente, a Paróquia Santo
Antônio vem até a Câmara de Vereadores trazendo a sua mensagem de paz, de
harmonia, trazendo os tradicionais pães e, ao mesmo tempo, o significado maior,
o convite para a Festa de Santo Antônio, no dia 13, para os Vereadores, as
Vereadoras, a comunidade e aqueles que nos assistem nos seus lares poderem se
engajar na trezena, que começou no dia 31 de maio e vai até o dia 13, com o
envolvimento de toda a comunidade do bairro Santo Antônio e principalmente de
todos aqueles que têm a fé em Santo Antônio. Tradicionalmente também o dia 13
tem três procissões - o Frei depois vai poder falar -, e este ano o Frei está
inovando, vai fazer no dia 12, Dia dos Namorados, uma procissão. Então, Frei,
receba em nome da Casa, o nosso carinho, o nosso agradecimento por esta festa
que, sem sombra de dúvida, é uma das mais tradicionais da cidade de Porto
Alegre. Então, parabéns à comunidade do Bairro Santo Antônio, de poder
proporcionar-nos essa trezena, com a culminância em três ações no dia 13.
Parabéns e muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR.PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos agradecer ao
Ver. Professor Garcia pelas palavras pronunciadas em nome da Casa. Agora,
ofereceremos a palavra, para uma bênção e para suas orações, ao nosso Frei
Carlos Rockenbach, que é o Pároco da Paróquia Santo Antônio.
O
SR. CARLOS ROCKENBACH: Estimado amigo, Ver. Elói Guimarães,
Presidente desta Casa, amigo Ver. Professor Garcia, demais Vereadores e
Vereadoras, muito felizes por estarmos aqui, junto com a coordenação do
conselho da comunidade e outras lideranças. Eu represento os freis capuchinhos
que há 102 anos estão presentes em Porto Alegre, vivendo, caminhando, lutando
com este povo. A Festa de Santo Antônio, desde 1988, faz parte do calendário
oficial dos eventos de Porto Alegre e, com muita razão, porque é a segunda
maior festa religiosa aqui de Porto Alegre, que reúne multidões, que envolve
muitas pessoas na sua preparação e na sua execução.
Nós temos nada mais nada menos do que 40
equipes de trabalho, que envolvem em torno de 400 pessoas, muito bem
organizadas, que estão acolhendo e fazendo com que esse evento seja, cada vez
mais, um evento que contribui com a fé, com a vida, com a união e a caminhada
do povo.
Este ano, nós queremos fazer eco e
aprofundar o tema que nos acompanha desde o princípio do ano: a paz. E o lema -
que vocês têm também nos cartazes que receberam, como também no livrinho da
programação - é o seguinte: “Com Santo Antônio sejamos promotores da paz”.
Muita gente pergunta por que “Com Santo
Antônio”, se ele viveu há 800 anos. Para os descrentes, de fato, ele é algo do
passado, mas para os devotos e fiéis ele está vivo e continua presente na vida
do povo com o seu exemplo, com o seu empenho. Ele - como alguém de uma família
muito nobre de Lisboa, alguém dotado de uma sabedoria e de uma inteligência
profunda - soube renunciar a tudo isso, ou seja, não se apegou ciosamente a
esses dons, mas colocou-os totalmente a serviço da vida, da dignidade e da paz.
E nós, devotos de Santo Antônio, também
desejamos tê-lo como inspiração, como modelo no dia-a-dia de nossa vida, na
construção de uma sociedade mais fraterna, mais justa, mais digna e com muita
paz.
Por isso, nós estamos aqui com este
convite destinado a todos vocês, destinado a todos os que nos acompanham pela
TVCâmara, para que subam ao morro Santo Antônio durante esses dias que precedem
à festa, pois todos os dias, às 15h30min e às 19h, nós temos celebração.
No dia 12, Dia dos Namorados, além das
missas, celebrações normais com bênçãos e partilha dos pães, às 19h, nós
queremos fazer a Procissão dos Namorados, dos jovens namorados, dos eternos
namorados, dos enamorados da vida, da justiça, da paz, da esperança, dos
enamorados de Santo Antônio.
E, o dia 13, então, é o grande dia! Mesmo
caindo numa segunda-feira, nós esperamos muito povo, baseados na festa do ano
passado, quando, segundo a avaliação da Brigada Militar e da imprensa, passaram
por lá mais de 53 mil pessoas. Então, este ano também esperamos bastante povo,
inclusive todos vocês, para celebrarmos de hora em hora uma missa, das 7h até
às 20h, e três grandes procissões pelas ruas desse Bairro abençoado: às 9h, às
15h, e às 20h a bonita procissão luminosa de conclusão da Festa.
Então, que todos se sintam convidados e
que nós possamos juntos, com esse povo todo que tem em Santo Antônio sua
inspiração, seu modelo para os dias de hoje, também fazer essa caminhada de fé.
E como uma das marcas da vida de Santo
Antônio é o pão, e o pão simboliza vida, e principalmente o pão partilhado é
uma bênção, e o pão acumulado é uma maldição, nós temos aqui o pão para
partilhar. Então, convido a Neiva, a Terezinha e mais pessoas para que tragam
os pães aqui na frente.
Nós queremos dar a bênção aos pães a
partir de um testemunho do saudoso Papa João Paulo II, que nós podemos até
acompanhar na primeira página do livrinho (Lê.): “Que Santo Antônio, com o seu
exemplo e sua intercessão, estimule os cristãos do nosso tempo a empenhar-se
por alcançar as metas mais excelsas e mais nobres da fé e santidade. Para que
essa comum esperança se realize é necessário que todos, pastores e fiéis,
redescubram com devoção sincera a pessoa de Santo Antônio, estudem o seu
caminho espiritual, saibam entender em suas virtudes e escutem docilmente a
mensagem que promana da sua vida, pedindo ao Senhor, Mestre e Pastor de todas
as almas, que pela intercessão de Santo Antônio, pregador insigne e padroeiro
dos pobres, seja dado a todos seguir de modo fiel e generoso os ensinamentos do
Evangelho”. O Papa nos concede esta bênção e nós a estendemos a todos.
(Procede-se à bênção dos pães.)
O
SR. CARLOS ROCKENBACH: Concedo uma especial bênção apostólica a
vossa pessoa, bem como a todos os devotos do Santo; que o Deus de bondade
abençoe estes pães, abençoe todos aqueles que generosamente sabem partilhá-lo e
lutam para que esse pão esteja na mesa de todos; que Deus abençoe esta Casa,
abençoe todos os que aqui trabalham, todos os que também foram eleitos para
pastores e pastoras do povo, cuidando dele, conduzindo-o a uma vida digna de
esperança de paz e de fé; que esta benção desça sobre todos e que todos nós
sejamos bênção uns para os outros. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Amém!
Obrigado; obrigado Ver. Professor Garcia;
obrigado Presidente desta Casa e a todos os Vereadores. Esperamos todos vocês
lá na Festa de Santo Antônio. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos aqui
saudar, mais uma vez, o Frei Carlos Rockenbach, que é o pároco da Paróquia
Santo Antônio. Esta Casa tem uma história ligada à Paróquia Santo Antônio, com
o Frei Irineu Costela, que, invariavelmente, aqui se fazia presente. Nós
recebemos aqui uma pequena imagem de Santo Antônio, que é meu padroeiro - sou
de Santo Antônio da Patrulha. Também queremos saudar e agradecer ao Sr. Arno
Nicolau Heck e à Srª Edite Heck, casal-presidente do Conselho Paroquial da
Paróquia Santo Antônio do Partenon. Conforme já colocado, no dia 5 deste mês,
às 15h, haverá carreata; dia 12 de junho, às 19h, Procissão dos Namorados; dia
13, missas das 7h às 20h e procissões, às 9h, 15h e 20h. Portanto, fica aqui o
convite feito pelo Frei e pelo casal do Conselho Paroquial. Nós já em diversas
oportunidades participamos dos atos religiosos da Igreja Santo Antônio, bem
como participamos daquela grande procissão motorizada; diversas vezes
participamos da grande procissão, talvez uma das maiores procissões motorizadas
que se faz em Porto Alegre. Portanto, prezado Frei Carlos Rockenbach e casal
Arno e Edite, recebam as nossas saudações. Levantamos os trabalhos por para as
despedidas e cumprimentos. Obrigado.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h55min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h58min):
Estão reabertos os trabalhos.
Passamos ao
Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 50º aniversário do Centro Uruguaianense de Porto Alegre, proposto pelo Ver. Luiz Braz.
Convidamos para compor a Mesa o Sr. Joal
Rodrigues da Silva, Presidente do Centro Uruguaianense de Porto Alegre; a Srª
Cecília Aramburu da Silva, esposa do Presidente do Centro Uruguaianense; o Sr.
Indemburg Almeida de Oliveira, Diretor da Sede Central do Centro Uruguaianense;
o Sr. Paulo Martins Samuel, Diretor de Finanças do Centro Uruguaianense; o Sr.
José Eduardo Tavares, Relações Públicas do Centro Uruguaianense de Porto
Alegre.
O Ver. Luiz Braz, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Alguns
colegas meus acharam estranho como é que pode alguém nascido no interior de São
Paulo, em Ribeirão Preto, ter esta relação com uma colônia de uma cidade, aqui
do Interior, uma Cidade fronteiriça, a ponto de propor uma homenagem, em nossa
Câmara Municipal, nos seus 50 anos. É pela admiração que tenho por este povo,
pela organização que eles têm, pela capacidade que os uruguaianenses têm de
continuar cultivando a tradição, fazendo com que aqueles que vieram para Porto
Alegre, que estão aqui nesta região, não percam seus vínculos com aqueles
costumes, com aquele povo, com aquela cultura. Eu acho isso maravilhoso. Qual
outra Cidade, qual outra comunidade do Rio Grande do Sul consegue fazer isso?
Hoje, os alegretenses, há 17 anos, fazem com que também as suas tradições
possam ser realçadas aqui em reuniões que fazem com suas comunidades. Mas
ninguém tem o nível de organização que têm os uruguaianenses aqui, que convivem
já há bastante tempo, e que fazem com que todos nós, até mesmo eu, que sou
nascido numa outra região, mas estou aqui há 30 anos, fique realmente invejoso,
mas inveja no bom sentido, daquilo que vocês conseguem fazer para que não haja
esta perda do vínculo com a sua região natal.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, o meu Partido, o Partido Progressista, se
associa à homenagem que está sendo prestada aos uruguaianenses, especialmente
porque eles nos deram um extraordinário Prefeito, Guilherme Socias Villela, que
por sinal amanhã também está de aniversário. Então, a todos os uruguaianenses e
ao meu irmão Guilherme Socias Villela, saúde e PAZ!
O
SR. LUIZ BRAZ: E era surpresa para V. Exª, Ver. João
Dib, que veio homenagear uma das pessoas mais ilustres que nós temos aqui no
Rio Grande do Sul, que um dos fundadores do Centro Uruguaianense - e eu estou
falando de 50 anos atrás - é irmão do ex-Prefeito Guilherme Socias Villela. Há
50 anos, foi fundado o Centro Uruguaianense, e o Sr. Jorge Socias Villela, na
oportunidade, foi escolhido Secretário. Os fundadores foram: Dr. Gregório
Rodrigues Filho, Presidente; Jorge Socias Vilela, Secretário; Egídio Prato,
Tesoureiro; Professora Julinha Abbad, Srta. Circe Perugini, Srta. Terezinha
Ribeiro, Sr. Carlos Villela, Sr. Afonso Paz, Srta. Helena Caldasso, Sr. Cecílio
Pereira Filho, Sr. Nelson da Cruz, Comissão de Finanças - essa é a mais
importante, porque sem dinheiro não se faz nada, não é Tavares? -; Prof.
Astrogildo Fernandes, Dr. José Gomes Andrade, Dr. Setembrino Pereira, Comissão
de Elaboração do Estatuto. O segundo Presidente foi o Dr. Luiz Alberto Ibarra;
o terceiro, Dr. Raul Pereira Fagundes; o quarto, Dr. José Carlos Stabile, que é
também Cidadão Emérito, Título que demos através de um Projeto que apresentamos
nesta Casa; o quinto, Francisco Fagundes; o sexto, Joal Rodrigues da Silva, que
é o Presidente atual; o sétimo, Paulo Martins Samuel; o oitavo, Dr. Marcos Raul
Câmara Canto; o nono, Prof. Suzano Jacques Suertegaray, e o décimo Dr. José
Ruffoni Doval.
A missão do Centro Uruguaianense, o
destino do Centro Uruguaianense, por que ele foi formado, no art. 1º do
Estatuto diz: “Promover o congraçamento de uruguaianenses em Porto Alegre, bem
como de pessoas ligadas a esses, por laços de parentesco ou amizade”. É nesse
ponto que eu entro, eu estou ligado a essa comunidade por amizade. E eu sou
muito orgulhoso de poder conviver com todos vocês há bastante tempo. Eu sempre
estou representando esta Casa, Ver. Elói Guimarães, quando há os jantares de
comemoração de aniversário do Centro Uruguaianense. E quando a gente vai lá, a
gente se encontra com muitos amigos, aqueles que vêm daquelas regiões e até
mesmo aquele que foi citado aqui pelo Ver. João Dib, o Guilherme Socias Villela,
que não tem faltado aos jantares do Centro Uruguaianense, e a gente tem
conseguido conversar nas oportunidades em que acontece, realmente, essa
efeméride.
Para o gaúcho, a tradição é uma coisa
extremamente importante. Se ela é importante para o gaúcho - está aí o meu
amigo Bernardino Vendruscolo que é um dos homens que defende muito as tradições
aqui, na nossa Câmara Municipal -, por que só uma comunidade conseguiu se
organizar da forma como se organizou os uruguaianenses para cultivar essa tradição, para cultivar os seus hábitos, os
seus costumes, para não perder o vínculo com a sua terra? Eu acredito até que é
porque naquela região nós temos tantas pessoas que resolvem, realmente, tomar a
liderança de ações aqui no nosso Rio Grande do Sul.
Nós temos ali um povo muito sofrido, nós
temos ali um povo que enfrenta muitos problemas, nós temos ali uma comunidade
que consegue se avizinhar com os nossos irmãos do Prata e que pode transmitir
para eles, exatamente, esse nosso sentimento de irmandade que nós temos com
todos aqueles que vivem nessa região. Eu acho que essa gente, realmente, nasceu
para liderar. Essa gente nasceu para mostrar para o Rio Grande do Sul que é
importante cultivarem-se as tradições, e que tradição é exatamente isso, é
alguém que sai do Rio Grande do Sul, que pode ir para qualquer região do mundo,
mas ele não perde o vínculo com o Rio Grande do Sul. Por isso nasceram os
centros de tradições, e por isso nasceu o Centro Uruguaianense, para que essa
cultura uruguaianense não seja perdida, para que ela possa sempre estar viva na
memória de todas as pessoas e que possa ser transmitida para todos os jovens,
para que os filhos dos uruguaianenses possam saber que naquela terra tem uma
gente que batalha, uma gente que sofre, mas uma gente que faz com que o nosso
Rio Grande do Sul possa se orgulhar, orgulhar de ser, realmente, o único Estado
em nossa União que cultiva as suas tradições. Em todos os outros Estados
brasileiros, Ver. Vendruscolo, vamos encontrar pessoas preocupadas com
tradição, mas poucas pessoas realmente capazes de se organizar para fazer com
que essas tradições possam ser sempre revigoradas.
O
Sr. Mario Fraga: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quero dar-lhe parabéns e associar-me a esta sua homenagem ao Centro
Uruguaianense. Quero dizer que fico com um pouco de ciúme, porque os
uruguaianenses escolheram a minha comunidade para se instalar em Porto Alegre;
sou de Belém Novo, com muito orgulho, e o Centro Uruguaianense se dá muito bem
com a nossa comunidade. Ficamos muito contentes com essa homenagem. Parabéns,
Vereador.
O
SR. LUIZ BRAZ: É verdade, meu amigo Mario Fraga,
Vereador do PDT, que tem, realmente, uma trajetória brilhante dentro da
política e que lembra bem: agora, em Belém Novo, está a sede do Centro
Uruguaianense. Quem vai à Festa do Centro Uruguaianense - e espero encontrar V.
Exª qualquer dia por lá, também convivendo com os uruguaianenses na sua festa
de aniversário, porque é muito bonita -, acaba conhecendo uma das principais
características desse povo. Sabe, Joal, para mim, uma das principais
características que tenho percebido e que me fez ficar ligado a tudo o que
vocês fazem, é exatamente a hospitalidade que vocês têm e demonstram, porque a
gente vai lá e realmente se sente bem, fica com vontade de voltar para poder
continuar convivendo com vocês.
Quero cumprimentá-los pela passagem
destes 50 anos, vocês que estão dando grandes exemplos para outras comunidades
aqui do nosso Rio Grande do Sul, ressaltando a importância do cultivo que vocês
fazem das tradições. Parabéns a vocês, e que vocês tenham vida muito longa, e
que os Vereadores desta Casa possam aprender a entrar em contato com vocês e a
conviver também com as suas tradições. Parabéns! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Joal Rodrigues,
Presidente do Centro Uruguaianense, está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. JOAL RODRIGUES DA SILVA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da mesa e demais presentes.) O Centro
Uruguaianense, representado aqui por toda a sua Diretoria e alguns associados,
agradece, sensibilizado, esta homenagem, prestada por seu idealizador Ver. Luiz
Braz, pela passagem do seu cinqüentenário de fundação, realizado em 28 de maio
de 1955.
O Centro Uruguaianense tem por finalidade
precípua, de conformidade com seus Estatutos Sociais: art. 1º - promover o
congraçamento dos uruguaianenses em Porto Alegre, bem como de pessoas ligadas
por parentesco ou amizade.
A colônia uruguaianense existente na
Grande Porto Alegre é de mais de 25 mil integrantes, distribuídos na Capital e
Municípios vizinhos, e são esses uruguaianenses e amigos de Uruguaiana que
agradecem, de coração, esta homenagem que ficará registrada na memória do nosso
Centro. A todos, obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos, ao
finalizar este espaço da presente Sessão Legislativa, saudar, mais uma vez, as
muitas pessoas aqui presentes da Colônia Uruguaianense, bem como os componentes
da Mesa já nominados, em especial, o Presidente Joal Rodrigues da Silva e a sua
esposa. Quero cumprimentar o Ver. Luiz Braz por ter tido essa feliz idéia de
trazer à Casa o Centro Uruguaianense. É que são formas de manter-se aceso e
vivo o pago de onde se vem. Exatamente quando a Colônia Uruguaianense completa
meio século, 50 anos, este é o momento extremamente importante, mormente, de um
Município, Ver. Luiz Braz, de ricas e bravas tradições. Se mais não for,
citaríamos aqui muitas figuras importantes que fizeram a grandeza da história
gaúcha e da história brasileira advindas daquele Município. Portanto, está de
parabéns, Uruguaiana, está de parabéns o Centro Uruguaianense! E, no fecho
deste ato, Presidente, vamos colocar aqui o Hino de Uruguaiana. Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino de Uruguaiana.
(Ouve-se o Hino Uruguaianense.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Suspenderemos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h23min.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 15h25min): Estão reabertos
os trabalhos.
Cabe ressaltar que Uruguaiana tinha uma
série de heróis, como Batista Luzardo e tantos outros grandes líderes.
A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra
em Grande Expediente.
A
SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, gostaria de cumprimentar toda
a comunidade de Uruguaiana que se faz presente nesta Câmara de Porto Alegre.
Nós sabemos que a nossa Capital abraça todos e todas como se fossem seus
filhos. É bastante compensador nós vermos a cidade e os membros dessa
comunidade que vêm, constroem a nossa Porto Alegre junto com a gente, mas
preservam as suas raízes. Por isso, parabéns pelo aniversário dessa Associação.
Eu gostaria, Sr. Presidente, como já
havia mencionado no dia de ontem, de fazer, neste meu segundo pronunciamento no
Grande Expediente, uma avaliação da segunda versão do Anteprojeto de Reforma
Universitária, apresentado na segunda-feira pelo Ministro da Educação, Tarso
Genro.
Nós, do PCdoB, desde o ano passado,
quando começaram as discussões acerca da necessidade de mudanças estruturais na
Educação Superior do nosso País, sempre falamos que essa Reforma seria uma
reforma em disputa, como de resto é todo o Governo Federal. Nós sabemos que a
aprovação de mudanças estruturais avançadas da Reforma Universitária não é algo
simples na atual conjuntura brasileira, mas nós também sabemos da necessidade
de que essas mudanças sejam efetivadas. Por isso, eu tenho-me esforçado em
utilizar, sempre que possível, esta tribuna para trazer esse debate para esta
Câmara, porque acredito que todos os Municípios do nosso País, fundamentalmente
as Capitais do Brasil, devem ter conhecimento, fazer esse debate e, no que for
possível, acrescentar pontos ao Anteprojeto que será encaminhado em forma de
Projeto de Lei ao Congresso Nacional.
Nós tínhamos, na primeira versão do
Anteprojeto, um Projeto avançado, como já havíamos colocado nesta tribuna, um
Projeto que consegue, simultaneamente, devolver o papel central à universidade
pública brasileira, fazendo com que essa universidade desenvolva a sua
potencialidade, contribua para a construção de um País soberano a partir da
ciência e tecnologia e, ao mesmo tempo, consiga trazer para dentro dos seus
muros os filhos dos trabalhadores e das trabalhadoras deste País. Mas,
simultaneamente a isso que nós podemos chamar de dar fôlego à universidade
pública, nós também já víamos, na primeira versão do Anteprojeto, a criação de
um marco regulatório das instituições privadas de ensino superior do nosso
País, que viviam sem leis, sem regras, apenas abrindo cursos desenfreadamente;
cursos de mercado, única e exclusivamente cursos que têm maior procura no
vestibular, e não necessariamente aqueles dos quais precisamos para desenvolver
o nosso País.
Na segunda-feira, na atividade de
lançamento da segunda versão do Anteprojeto, fruto de um debate de seis meses
da sociedade brasileira com entidades estudantis, com entidades de professores
de Educação Superior, com a Associação dos Reitores das Universidades Federais,
com a Associação das Universidades Comunitárias do nosso Estado, nós pudemos
identificar um avanço da primeira para a segunda versão do Anteprojeto de
Reforma Universitária. Na primeira versão, nós ainda tínhamos algumas
limitações, se é verdade que na segunda ainda temos, é verdade, também que
avançarmos muito.
Nós podemos ver, na segunda versão da
Reforma Universitária, de maneira muito clara, a atenção que foi dada aos
debates feitos pela sociedade brasileira. Itens levantados pela UNE, no debate
do primeiro Anteprojeto, foram acrescentados quase que integralmente.
Eu gostaria de salientar alguns deles. O
primeiro é a incorporação no Anteprojeto da Reforma Universitária de uma rede
que garante que os estudantes permaneçam estudando, não apenas que ingressem
nas nossas universidades federais, mas que lá permaneçam com condições dignas
até concluírem os seus cursos.
Portanto, foi incluído um item que
discorre única e exclusivamente sobre o que chamamos de Assistência Estudantil,
prevendo que 5% dos 75% do Orçamento da Educação devem ir para a Assistência
Estudantil. Nós achamos que é pouco, que o ideal seria 9%, uma vez que a folha
de pagamento dos inativos da educação sai pelo presente Projeto do MEC e vai
para a pasta comum da Previdência. Mas nós podemos ter a certeza de que em
muitos anos, em pelo menos 10 anos da história recente deste País, é a primeira
vez que um Governo Federal olha para frente, olha para a juventude deste País e
diz que quer que essa juventude conclua os seus estudos, que os jovem mais
necessitados, mais carentes, vão, sim, ter casas, moradias universitárias; vão,
sim, ter restaurantes universitários subsidiados para se alimentar; vão, sim,
ter bolsa de iniciação científica e contribuir para o desenvolvimento
independente desta Nação.
Nós também identificamos outra medida
muito avançada, que é a obrigatoriedade de um terço das vagas das universidades
federais serem em cursos noturnos, cursos que favorecem os nossos estudantes,
os filhos dos trabalhadores e trabalhadoras deste País.
O
Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Obrigado, nobre Verª Manuela. É com muita alegria que nós ouvimos
essas suas palavras e elas são uma expressão de uma política nacional. Nós, em
particular, tivemos a honra de estarmos na presidência do Diretório Central de
Estudantes, inclusive na Universidade onde seu pai leciona - é uma grande
pessoa - e a gente lutou durante muitos anos. Lembro-me que em 1985 eu era
presidente do Diretório Central de Estudantes, nós levantávamos essas bandeiras
naquela época e agora nós as vemos com perspectiva de realização.
Parabéns ao Governo Lula, parabéns ao
Ministro Tarso pelo sucesso, pelo desempenho no Ministério da Educação.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Obrigada, Ver. Todeschini. Ontem eu
estava num debate, querido Vereador, e olhava para alguns jovens - um pouco
mais jovens do que eu, com 17, 18 anos - e me lembrava que, quando comecei a
militar no movimento estudantil, há seis anos, fazíamos o debate sobre as
melhorias da Educação como uns loucos. Nós éramos os únicos a falar que as
vagas das universidades federais deveriam ser ampliadas, que essas vagas
deveriam ser à noite. Era um assunto de poucos. Hoje, graças à luta da
juventude neste País e às ações objetivas e concretas do nosso Governo Federal,
podemos identificar que essa é uma realidade. Não somos mais os loucos que
debatemos a necessidade da universidade federal; somos os loucos que estamos
construindo uma universidade que consiga servir aos interesses desta Nação, dessa
juventude, desses trabalhadores que constroem o nosso País.
Gostaria, por fim, Sr. Presidente, de
falar que um dos outros avanços da segunda versão do Anteprojeto é identificar,
justamente, a possibilidade da conversão da dívida dos Estados e dos Município
com a União em investimento nas universidades estaduais. Isso significa que a
nossa UERGS, por exemplo, tão querida e tão idealizada, poderia ser
acrescentada de recursos da dívida do Rio Grande do Sul com o Governo Federal,
e aí nós pararíamos de ver os choros da falta de recursos para investir na
educação pública.
O que, infelizmente, me surpreendeu foi
que, hoje pela manhã, o Ministro Palocci disse que esse não é um assunto que
diga respeito ao Ministério da Educação, que a questão da conversão da dívida é
assunto do seu Ministério e não deve ser assunto daqueles que querem aprofundar
o ensino público, fazer o ensino público crescer no nosso País.
Nós sabemos, e sempre soubemos, todos nós
que temos orgulho de construir o Governo Federal, que fazemos deste o Governo
que mais pensou no ensino público com os seus apenas dois anos de existência,
nós sempre soubemos da disputa interna pela mudança de rumos. São as duas mãos:
a mão que quer mudar, e a mão que quer continuar.
Nós temos a convicção que, assim como
vencemos a batalha do Fundeb, que o Ministro Palocci também havia dito que
aquele recurso não interessava à educação, assim como vencemos a primeira
batalha, vamos vencer todas as batalhas que dizem respeito ao investimento na
educação pública neste País, e a construção de uma universidade que sirva aos
interesses dos brasileiros e das brasileiras: pública, gratuita, de qualidade e
para todos. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, a vida
é feita de momentos, e os momentos passam e não voltam mais. O Executivo
encaminhou a esta Casa um Projeto de Lei denominando José Lutzenberger o Parque
do Lami. A Vereadora do nosso Partido, Mônica Leal, encaminhou um pedido de art.
81, no dia 23 de maio, quando se completavam 33 dias do recebimento na Casa do
Projeto de Lei.
Se o Regimento fala diferente da Lei
Orgânica, o Regimento está completamente equivocado, por que o Prefeito tem que
entregar, por exemplo, o Orçamento até o dia 30 de setembro, e ele entrega no
dia 30 de setembro, cai numa sexta-feira, ele só vai ser apregoado no dia 03, que é uma segunda-feira.
Então, ele não cumpriu a Lei. A Lei Orgânica é clara, precisa e concisa: da
data do recebimento.
Como esta Casa já homenageou a Semana do
Meio Ambiente, e como o Secretário do Meio Ambiente e o Executivo desejam fazer
uma solenidade homenageando José Lutzenberger, que foi a primeira pessoa a
cuidar do meio ambiente de forma pública nesta Cidade, eu estou pedindo a V.
Exª - e me parece que a maioria das Lideranças concordam - que esse Projeto
seja votado no dia de hoje, dando o nome de José Lutzenberger ao Parque Lami,
para que, no domingo, a solenidade que se processará no Parque Lami, já então
chamado Parque Lami José Lutzenberger, possa ser uma homenagem real e efetiva.
Como eu disse, o momento não se repete. Coloco à consideração da Mesa, e acho
que as Lideranças nos darão cobertura. Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Antonio
Dib, foi-me trazido o assunto. Inclusive o Secretário do Meio Ambiente, Ver.
Beto Moesch, me fez uma ligação. Eu estou pedindo à Diretoria Legislativa que
proceda a uma análise para ver das possibilidades regimentais e técnicas para
superarmos esse impasse, que, diga-se de passagem, tem conteúdo formal, mas nós
temos de observar determinadas situações. Acontece, por outro lado, que também
se releva o fato de estar esse ato de sanção dentro de toda uma programação em
homenagem ao Dia do Meio Ambiente. Então, eu vou solicitar - e eu já havia
solicitado - uma análise, para vermos, inclusive num consenso de Plenário, num
consenso de Lideranças, da possibilidade, sem ferir o Regimento, de nós
superarmos essa matéria. Dentro de alguns minutos, eu informo a Vossa
Excelência.
Está encerrado o período de Grande
Expediente.
Passamos às
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra
em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mario Fraga que, por sua vez,
transpôs seu tempo com o Ver. Ibsen Pinheiro.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Elói Guimarães, Presidente, na
pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta
Casa, muito especialmente ao companheiro Mario Fraga, que me cede este tempo de
Comunicações, público que nos assiste na TVCâmara, público que nos assiste nas
galerias da Câmara, gostaria, nesta oportunidade, de fazer algumas referencias
a um Projeto de Lei que protocolei nesta Casa, Processo nº 2.768 de 2005, PLL
nº 131/05, que torna obrigatória a identificação visual dos agentes de trânsito
da EPTC - os “azuizinhos” -, mediante o nome, o sobrenome, a tipagem sanguínea
e o número de matrícula no uniforme. Quero dizer que este Projeto de Lei é
fruto de uma conversa que tivemos com o Sindicato dos Taxistas, o Sintáxi, e de
uma demanda que surgiu ao longo da nossa caminhada, inclusive antes de
chegarmos a este Parlamento, que foi a necessidade mencionada pelo Sindicato,
de que os agentes, os “azuizinhos” tivessem uma identificação.
Então, reportei-me a alguns outros
exemplos - eu que também sou militar da reserva, sou Segundo-Tenente de
Cavalaria, fiz CPOR -, e recordo bem que na nossa farda, sempre constava o nome
de guerra, não só os militares, mas os bombeiros também, a nossa Brigada
Militar – e está aqui a Verª Mônica que não me deixa mentir e sabe que os
agentes da nossa Brigada, do Exército, os Federais, a Polícia, enfim, têm uma
identificação com o nome de guerra e a tipagem sanguínea. A tipagem sanguínea,
por quê? Porque a tipagem sangüínea, em algum eventual acidente, pode ser muito
útil, trazendo inclusive uma segurança ao servidor, no sentido de protegê-lo; e
a identificação para que aquele fiscal que está ali no exercício da sua função,
que foi e que é concursado para exercer essa responsabilidade no Município, ele
seja identificado pela pessoa que ele aborda.
O “azulzinho”, no exercício da sua
responsabilidade, tem a missão de abordar, muitas vezes, o cidadão, e, nesse
contato, inclusive nas repartições, portam algum crachá de identificação, onde
consta o número da sua matrícula. Então, nós achamos oportuno, sim, que também
os “azuizinhos” tivessem essa identificação. Até mesmo para que nós tivéssemos
certeza do entendimento do Executivo a respeito desse Projeto, nós fizemos uma
consulta e tivemos uma conversa com o Prefeito para saber se existia alguma
resistência quanto a esse indicativo. Como eu pude observar na nossa relação
com o Executivo de que não havia nenhuma resistência, achamos por bem e
oportuno registrar o Projeto.
O
Sr. Mario Fraga: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely, por me permitir dar os parabéns a
V. Exª pela iniciativa desse Projeto e dizer que nós usamos este período de
Comunicações, porque temos pouco tempo para discutir a Pauta, pois já são cinco
Vereadores inscritos, que a Casa aumentou para 36; talvez também o Vereador
goste de olhar os atributos da Casa, para que a gente possa fazer uma
modificação na Pauta quando for mudado o horário da mesma. Mas, em princípio,
também quero dar os parabéns por esse Projeto e dizer que terá o meu apoio,
independente da posição do Governo, mesmo porque nós estamos aqui também para
seguir o Governo ou não, não é, Vereador? Meus parabéns.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Com certeza, Ver. Mario. Eu agradeço;
acho que é oportuno, sim, nós termos essa possibilidade de fazer algumas
considerações também no período de Comunicações. Agradeço as colocações do Ver.
Mario, que demonstra a unidade da nossa Bancada, que é composta por seis
valorosos integrantes, dizendo, para concluir, que a nossa idéia justamente é
contribuir para o bom serviço da EPTC no nosso Município, e que os agentes, por
meio da identificação, possam melhor relacionar-se com a população de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
Srs. Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas
galerias e também pela TVCâmara, eu queria saudar todos. O assunto que vou
abordar será em meu nome, e não em nome da Bancada do PDT, que é assunto
relativo ao desarmamento da nossa Guarda Municipal. Hoje pela manhã, tivemos
uma reunião de extrema importância, juntamente com o Prefeito Municipal,
diversos Vereadores desta Casa e Secretários, e tive oportunidade de conversar
com alguns guardas que estavam ali exercendo as suas funções na Prefeitura
Municipal. Perguntei-lhes se, ao assumirem como guardas municipais, tinham
feito cursos para utilizar armas. Disseram que sim, só não tiveram, desde esse
período, uma reciclagem, mas, ao assumir as suas funções como guardas
municipais, receberam cursos para utilizar armas.
E a Cidade está de parabéns, nós, como
munícipes, porque seria mais uma força que teríamos para a nossa segurança.
Sabemos que a insegurança - digo isso com muita tristeza -, na nossa Porto
Alegre como em todo o Estado do Rio Grande do Sul, em nosso País, é preocupante
para todos nós. E quando surge a notícia de que a nossa Guarda Municipal
recebeu armamento para fazer a segurança dos nossos munícipes, principalmente
dos nossos parques, dois dias após uma decisão judicial - não quero aqui
criticar a nossa Justiça, longe disso -, tiveram de entregar as suas armas.
Agora, pergunto aos colegas Vereadores e ao público que nos assiste nas
galerias e também pela TVCâmara, sobre a insegurança que vivemos no dia de hoje
nesta Cidade, minha cara colega Verª Mônica.
Um guarda está aí para dar segurança.
Agora, será que ele tem condições de estar lá para defender o patrimônio
público, numa praça, onde existe a escuridão, onde existe tráfico, assaltos e
tudo aquilo que conhecemos do dia-a-dia? Eles se sentem seguros em prestar esse
trabalho? É uma pergunta que faço! São 38km daqui a Novo Hamburgo, onde temos a
Guarda Municipal que faz um excelente trabalho, além de usar revólveres calibre
38, usam ainda outras armas poderosas, parece que são armas calibre 12 e
outras.
O Secretário Kevin Krieger salientou que
a Procuradoria-Geral do Município estudará alternativas legais contra a decisão
da Justiça. Que bela postura do Secretário! O guarda municipal recebeu o
armamento, por que, dois dias após, a Justiça decide que ele tem que entregar
as armas? Mas, antes que a Guarda recebesse o armamento, será que a nossa
Justiça não tinha conhecimento de que os guardas receberiam os armamentos para
prestar um trabalho com mais segurança?
Hoje a insegurança é total. Pergunto: um
guarda que está aí exercendo as suas funções, defendendo o patrimônio público,
em um parque ou em uma praça, o marginal respeita esse cidadão que está lá sem
armas? Ora, claro que não, claro que não respeita! Se um guarda pertence à
Guarda Municipal, ele tem que estar armado, pelo menos essa é a minha visão e
não da minha Bancada, porque estou falando em tempo de Comunicação de Líder -
já consultei a minha Liderança -, falo em meu nome pessoal. Não quero criticar
aqui a nossa Justiça, agora, a insegurança em que vivemos hoje é muito grande.
Acho que tem de ser revista essa posição, porque é mais um reforço à nossa
Brigada Militar, à nossa Polícia Civil, porque a Cidade necessita, sim, de mais
segurança, e, para haver mais segurança, é claro que têm de haver pessoas que
portem armas, para eles se protegerem e ter condições de dar segurança.
Hoje se discute tanto sobre o
desarmamento, aparecendo aí nas notícias de forma escrita, falada e televisada
que o desarmamento é a solução para a segurança do nosso povo. É mais uma
questão da qual tenho muitas dúvidas.
Lendo uma coluna do Paulo Sant’Ana, ele
destaca claramente: como é que um cidadão lá do campo, um cidadão que defende a
sua propriedade vai defender o seu patrimônio, muitos nem sequer têm telefone
para pedir socorro? Ele tem de entregar a sua arma, porque, se ele for pego com
arma na sua propriedade, ele vai responder a um processo, conforme determina a
lei. Como ele vai defender o seu patrimônio? Quer dizer que o cidadão de bem
hoje tem de andar desarmado, agora a bandidagem está aí solta, usando a arma do
jeito que quer e da forma que quer.
Mas, em breve, meus colegas Vereadores,
pessoas que nos assistem da TVCâmara, pelo Canal 16, nós teremos um plebiscito.
A população vai decidir, sim, qual o caminho do desarmamento. A população está
alerta e vai decidir essa lei do desarmamento, que, sinceramente, eu tenho muitas
dúvidas sobre isso. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. José Ismael Heinen.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, e principalmente a população da cidade
de Porto Alegre. Nem bem havia lançado o programa Vizinhança Segura, há dois
dias, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre determinou a sua suspensão ante
uma ordem da 1ª Vara da Fazenda Pública, que determina o desarmamento da Guarda
Municipal.
A ação judicial impetrada pelo Ministério
Público determina que não é de competência da Guarda Municipal fazer segurança
pública. Mas como? Visto que o art. 239 da Lei Orgânica do Município diz:
“Todas as praças, parques e jardins são patrimônio público inalienável”. Este é
o principal ponto de articulação do Programa Vizinhança Segura, que protege o
nosso patrimônio, permitindo um lugar bonito, bem cuidado, não-depredado, e,
principalmente, garantindo o direito de ir e vir, sem medo, da população.
É importante salientar a preocupação da
nova Administração, do Secretário Kevin Krieger com a população de Porto
Alegre, assim como com o que pertence também à nossa população.
O projeto Vizinhança Segura foi criado
com o objetivo de ampliar a segurança nos parques e praças da Cidade através de
guardas desarmados. Dos 26 guardas que faziam parte do programa, nenhum estava
utilizando arma de fogo, até porque, não tinham autorização do Prefeito e do
Secretário, e contariam com o apoio de polícias militares armados, em caso de
necessidade.
O
Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Primeiro, cumprimentos pela manifestação, quero dizer que,
lamentavelmente - eu tenho um respeito muito grande pelo Ministério Público,
órgão da defesa da sociedade -, essa decisão é de 2003, estava, portanto,
congelada no Judiciário, que foi instado a cumprir essa determinação. Novo
Hamburgo, São Paulo, entre outras cidades, já avançaram nesse sentido. Eu
defendo, sim, a Segurança integrada: Governo Federal, Estadual e Municipal. E
acho que é um profundo equívoco do Ministério Público e do Judiciário, que
deveriam, na minha avaliação, na melhor das hipóteses, buscar uma audiência
para um termo de ajustamento de tantos termos que tem feito esta Cidade sobre
vários temas. Lamentável, na minha avaliação, uma Cidade que reclama tanto de
segurança, ser impedida de fazer a fiscalização com a Guarda motorizada e
armada. É o que eu acho correto, legal e regimental.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Eu agradeço, Ver. Melo, e reforço dizendo
que a Legislação engessa a polícia. A Secretaria de Direitos Humanos e
Segurança Urbana diz que, quanto ao uso de armas de fogo, foi mantida a decisão
do Governo anterior em que os agentes tiveram curso preparatório para tanto,
foram preparados pela Academia de Polícia Civil, com cursos específicos de
tiro, exame psicológico e psicotécnico de forma a qualificar quais os guardas
que realmente estavam aptos ao porte de armas.
O
Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Meus parabéns pelo tema, que é importante, o da segurança. Eu
queria aproveitar a oportunidade e dizer o seguinte: há aqui, neste momento,
uma manifestação dos taxistas de Porto Alegre clamando por segurança, Sr.
Presidente. Foram impedidos de entrar na Casa. Gostaria que V. Exª tomasse
ciência disso e tratasse desse tema para assistir aos debates a respeito de
segurança aqui. Muito obrigado, Vereadora.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Eu que agradeço.
O
Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Eu, também, na mesma linha, cumprimentando V. Exª pelo brilhante
pronunciamento, quero registrar que nós pedimos uma Comissão Especial de
Segurança Pública, que, sem dúvida, hoje é o assunto que mais aflige as pessoas
desta Cidade, e infelizmente a Comissão renegou esse pedido, anulando a
possibilidade de a Câmara se envolver mais efetivamente no cotidiano dos
problemas de segurança.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Vereadora, o que mais aflige a Cidade de Porto Alegre é a área da
Saúde, que está sendo agora, com mutirão, com novas farmácias, genéricos, e,
principalmente, com a prevenção no inverno, motivo de elogios de toda a
imprensa de Porto Alegre na área da Saúde, que busca de forma muito difícil
resolver a situação. Quanto à segurança, a passeata dos táxis já é a 10ª que é
feita nos últimos dez anos.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Caros colegas, pelo que vejo todos
comungam da mesma opinião. O crescimento da criminalidade faz com que se eleve
o clamor da sociedade por uma Cidade mais segura, onde o cidadão possa viver e
trabalhar em paz. A bandidagem, favorecida por uma legislação equivocada, age
impunemente, mata a torto e a direito, em ações cada vez mais ousadas,
colocando em risco muitas vezes a vida dos próprios guardas. Não podemos
esquecer que eles também são a população e merecem também a devida proteção.
Então perguntamos: por que desarmar a
Guarda? Que respeito os marginais terão por uma Guarda desarmada? A Prefeitura
faz o correto, o que é de sua obrigação.
Ontem, tão logo tomou conhecimento da
medida judicial, o Prefeito José Fogaça entrou em contato com o Ministro da
Justiça, formalizando uma solicitação de audiência na qual será feito um pedido
de urgência na regulamentação do Estatuto do Desarmamento. Este é o anseio da
população que quer policiamento nas ruas, quer sentir-se protegida, amparada e,
ao invés disso, totalmente perplexa assiste ao engessamento dos atos da
polícia.
Apelo para que as autoridades competentes
considerem prioridade este assunto, visto que a insegurança em que vivemos está
insuportável, e nossa população, com razão, cobra as providências e soluções
com urgência. Não adianta estarmos trabalhando para essa finalidade se não
pudermos contar com o apoio de uma legislação condizente e de bom senso por
parte das autoridades. É importante ser esclarecida a intenção da Secretaria,
do Secretário Kevin Krieger em resolver de maneira tranqüila todas as
divergências que advierem, mostrando a todos, de maneira clara, quais as
atribuições da Guarda Municipal, sem deixar de lado o foco principal que é o
anseio de toda a população em viver em uma cidade segura.
Eu gostaria de chamar a atenção dos
nobres colegas no sentido de que, folheando os jornais de hoje, vi - foi só o
que encontrei - que a população está apavorada com o desmonte da Guarda. Eva
Sopher diz que vai fechar o Theatro São Pedro.
Em 20 anos foi a primeira vez em que se
tomou uma atitude dessas em conjunto com a EPTC e a Brigada Militar. A
legislação engessa o trabalho da polícia. Muito obrigada, senhores. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está
com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadoras,
Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, tal qual a Verª Mônica Leal,
abri os jornais hoje e, como todo dia, aumenta em mim a perplexidade com
relação aos fatos de violência que ocorrem na cidade de Porto Alegre, na
Capital dos gaúchos. Ontem, um cidadão honesto, bem quisto por sua comunidade,
as duas e meia da tarde sai de sua casa e, no portão, é barbaramente
assassinado. Um taxista está em coma no Hospital de Pronto Socorro. Eu poderia
fazer uma lista dos últimos tristes e lastimáveis problemas ocorridos com a
segurança pública na Capital dos gaúchos. Um dia são assaltantes que, antes de
abrir o banco, adentram o banco; seqüestram até o marido de uma gerente de
banco. Não bastasse isso, com bombas, com armas de grosso calibre, detonam,
explodem caixas eletrônicos! É uma situação inadmissível! Ontem, houve uma
reunião com o Secretário de Segurança Pública do Estado na Federasul. Os dados
que a Federasul apresentou, Ver. João Carlos Nedel, são de que apenas 4% -
estou usando os dados da Federasul - se aplicam na Segurança Pública.
A questão não é se aplicamos 4, 5 ou 10%,
a questão é a falta de atitude! Essa é a questão, que é dos governantes e se
constitui, também, em um problema para o povo. O descrédito é tal... E eu estou
em campanha, Verª Mônica Leal, para que, do pequeno ao grande problema, se faça
junto ao Brigadiano o “TC”, o Termo Circunstanciado, que se faz na frente do
Brigadiano em menos de cinco minutos. Eu proponho que as pessoas percam hoje
meia hora, quarenta minutos, uma hora ou até mais do seu precioso tempo, indo a
uma Delegacia de Polícia e fazendo as suas denúncias, do que estarem sujeitas a
perderem as suas vidas amanhã.
Aqui, dias atrás, discutimos a situação
da Cidade Baixa, e eu tenho para dizer aqui, com toda a sinceridade, Ver. João
Dib, que o problema da Cidade Baixa é um problema da cidade de Porto Alegre!
Tem de ser enfrentado! Quando eu falo que dos flanelinhas da Cidade Baixa, eu
peço: apresentem-me um, um sequer, que não tenha passagem pela polícia -
ninguém conseguiu fazer isso. Depois dizem que eu não gosto das pessoas pobres
e excluídas! Pois a Brigada mostrou quem são eles! Portanto, nós precisamos
enfrentar essa situação.
O
Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, nobre Ver. Adeli. Nós queremos fazer aqui um registro e
um protesto, porque para cá se dirigia um grupo expressivo de taxistas e foram
barrados novamente. É a quarta vez que isso acontece. Eles vêm fazer um
protesto em relação aos problemas de segurança que enfrentaram, porque ontem,
novamente, outro companheiro deles foi assassinado, e parece que uma viatura da
Brigada Militar, inclusive, passou por cima da vítima, depois de ter acontecido
a fatalidade.
O
Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Adeli. Sr. Presidente, há algo que não está correto
nesta Casa! A Segurança desta Casa foi barrar uma manifestação pública para as
pessoas não entrarem aqui! E já não é a primeira vez, é a quarta vez, Ver.
Adeli! E esse público que está vindo aqui é sobre segurança que queria dialogar
hoje! Eu não votei para que o povo não entre nesta Casa! Eu não aceito, tendo um
mandato aqui, que isso aconteça!
Sr. Presidente, falo aqui com todo o
respeito à sua autoridade, não está correto o que está acontecendo! Muito
obrigado.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, eu
lamento, o Ver. Comassetto está...
O
SR. ADELI SELL: Eu estou na tribuna! Não tem apartes! Não
tem apartes! Não tem apartes!
O
SR. ERVINO BESSON: Nós temos um Presidente nesta Casa...
O
SR. ADELI SELL: Eu estou na tribuna!
O
SR. ERVINO BESSON: Questão de Ordem, Sr. Presidente...
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria aos Srs.
Vereadores... Peço calma... Eu peço calma...
O
SR. ADELI SELL: Eu sou educado, e dou aparte quando me
pedem!
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria o
seguinte: há um Vereador na tribuna a quem eu asseguro a palavra. O Vereador
não precisa dar apartes se assim entender; do contrário, ao Vereador está
assegurada a palavra. Vereador Adeli Sell, eu autorizei a segurança para que os
taxistas entrem na Casa! Não há nenhum impedimento para que os taxistas entrem
na Casa! Qual é o problema?! Os taxistas, as comissões, seja quem for, estão
autorizados a entrar na Casa!
O
SR. ADELI SELL: Se o Vereador quiser um aparte vou dar,
só que digo o seguinte: aqui, no grito não se leva nada! Aqui se leva pedindo
licença. É assim que manda o Regimento Interno.
O
Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador Adeli Sell, eu tenho o maior respeito por V. Exª e
continuo respeitando as posições... O senhor me perdoe, porque eu vim lá da rua
nem vi que V. Exª estava na tribuna. Não tinha visto, porque eu entrei aqui...
O Ver. Comassetto chegou depois de mim, aí na rua, onde a segurança desta Casa
usou o nome do Presidente, liberando a entrada dos taxistas! Eles vieram aqui
rapidamente, porque eles tinham outro protesto! Agora, Ver. Carlos Comassetto,
nós não podemos colocar o Presidente numa situação que não foi verídica,
Vereador! Porque nenhum dos seguranças proibiu a entrada aos taxistas! E o Ver.
Carlos Comassetto faz estardalhaços não sei por quê! Não sei por quê! Porque
quem chegou antes do Ver. Comassetto fui eu e outros Vereadores, e a entrada
deles não foi proibida! Eu não vi nenhum segurança proibir a entrada dos
taxistas! Obrigado, Ver. Adeli. (Palmas.)
O
Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quero fazer justiça aqui. As palavras do Ver. Ervino Besson não
estão corretas. Eu fui o primeiro a chegar lá, vim aqui a esta tribuna,
comuniquei ao senhor, e aí saíram; na segunda leva, é verdade, ele chegou antes
de mim. Mas, na primeira leva, eu estava lá na frente quando foram barrados
todos os taxistas para chegar! Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, eu concluo para dizer o
seguinte: a Segurança Pública não pode, não deve servir de palco de disputas
como já aconteceu no passado no Rio Grande do Sul! Não deve servir de palco,
porque estão em risco vidas de pessoas! A Segurança Pública exige a unidade de
todos os Partidos, de todas as facções na Câmara Municipal! Pela democracia,
pela liberdade, pela segurança pública! A Câmara tem que estar unida contra o
crime! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu gostaria de
esclarecer mais uma vez: tão logo recebi notícia de que os taxistas pretendiam
entrar na Casa, foi liberada a sua entrada. Logo, eu retiro dos Anais o aparte
feito pelo Ver. Carlos Comassetto. Eu o retiro dos Anais!
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães, para que não reste dúvida - não sobre este episódio, não quero
questionar sua palavra -, como nós já vivemos um outro episódio aqui, um
referente à juventude, que foi acolhida - e foi importante ter dialogado -, em
seguida, ao tentarmos receber uma comunidade, a comunidade Santa Mônica,
constituída de famílias, com crianças, sendo despejadas, a ordem recebida pelos
seguranças, à época, há 1 mês e meio, era de que não poderíamos recebê-la aqui
dentro. Acho que se faz necessário, Ver. Elói, que V. Exª, na figura de
Presidente, que leva o seu trabalho muito a sério e que tem o meu respeito,
esclareça qual é a norma estabelecida de procedimento nesta Casa com relação a
manifestações populares, que nós consideramos legítimas e devem ser acolhidas.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está claro, Vereadora.
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, as palavras são minhas, e eu queria saber: baseado em qual artigo
do Regimento V. Exª está mandando retirar minhas palavras dos Anais desta Casa?
Eu não autorizo que seja retirado o meu pronunciamento, porque eu não faltei
com a verdade, não fui desonesto e muito menos desrespeitoso com V. Exª. Eu vim
aqui transmitir o que estava acontecendo num primeiro momento, e é verdade.
Cheguei lá e os taxistas estavam sendo impedidos de entrar nesta Casa. Na
segunda leva, quando chegaram os demais Vereadores, entre eles o Ver. Ervino
Besson, o Ver. Brasinha, a Verª Manuela e o Ver. Todeschini, foi permitido,
sim, que entrasse uma Comissão. Portanto, gostaria que V. Exª justificasse.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há uma decisão da
Mesa, recorra V. Exª às instâncias formais da Casa, à Comissão de Constituição
e Justiça. A decisão está dada. (Palmas.)
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, diante da situação aqui
elencada, é importante que a Comissão de Direitos Humanos desta Casa possa se
prontificar para que seja, então, contatado o Sindicato dos Taxistas, para
recebê-lo, de uma forma cordial, no intuito de que possa ter a possibilidade de
colocar a sua reivindicação nesta Casa.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Desde o primeiro
momento está decidido, sem nenhum obstáculo, que eles entrem na Casa. Está-se
criando algo que não existe, essa é a opinião da Presidência.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, V. Exª que age muito bem
na Presidência desta Casa sabe muito bem que os taxistas, sempre que vieram
aqui, vieram de maneira ordeira, então nunca tiveram problemas, realmente, para
estabelecer contato com nenhum dos Vereadores. É claro que aquelas pessoas que
são trazidas para cá, como foi o caso de algumas manifestações, para vir
quebrar a Casa e para servir de palanque para alguns Vereadores, essas
manifestações, realmente, têm que ser limitadas.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu acho que o assunto
está claro, não há nenhuma dificuldade em se ingressar na Casa, evidentemente,
dentro das formas, regulamentos e leis que presidem a convivência numa Casa
democrática.
A
SRA. MANUELA D’ÁVILA: Só gostaria, Sr. Presidente, que
constasse nos Anais, após a fala do Ver. Luiz Braz, que esses taxistas vieram
única e exclusivamente à Câmara trazer a denúncia do seu colega assassinado
brutalmente nesta madrugada, e não depredar o patrimônio público.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Mas não há nenhuma
dificuldade em ingressar-se à Casa.
O
SR. LUIZ BRAZ: Não é a primeira vez que a Verª Manuela
tenta deturpar as palavras deste Vereador. Este Vereador disse que os taxistas,
sempre que vêm aqui, vêm de maneira ordeira, não como aquela turba, que foi
trazida aqui pela Verª Manuela, que veio aqui para quebrar o plenário e para
servir de palanque para a Vereadora. Isso, realmente, deve ser limitado, porque
esta Casa é Casa do Povo, e não casa da bagunça. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está claro. Já dei
todas as questões e requerimentos, acho que o assunto está claro: não há nenhum
obstáculo a que os taxistas ou quem quer que seja, na forma do Regimento,
adentrem à Casa do Povo da cidade de Porto Alegre. Só não estou entendendo a
montagem que se fez. Ficou claro isso!
O
SR. NEREU D’AVILA: Na verdade, tiradas as histerias de lado,
o que ocorreu foi que alguém veio aqui no plenário dizer que os taxistas
estavam sendo impedidos de entrar e queriam fazer uma manifestação. Nós nos
deslocamos para lá. Na verdade, os taxistas não queriam nem adentrar na Câmara
Municipal, eles estavam em comboio ao Palácio Piratini e assim continuaram. O
que eles reivindicaram, inclusive escolhendo um representante - eu falei com
ele -, era apenas agendar conosco e com V. Exª uma audiência. Então, vamos repor
as coisas nos lugares, a segurança agiu com a maior isenção, a segurança
transmitiu o que V. Exª determinou, que eles poderiam entrar e falar com quem
quisessem. Vamos ser honestos, para não enganar a opinião pública, porque senão
amanhã vão dizer que a Câmara Municipal impediu os taxistas de entrar. Isso não
ocorreu nem de longe, nenhum segurança fez isso. Agora, se alguns Vereadores
foram envenenados que estavam proibindo, foi apenas veneno. As ordens de V. Exª
foram muito claras, no sentido de que os taxistas entrassem no recinto e
falassem com quem quisessem. Eles não quiseram entrar e vão marcar uma
audiência com V. Exª.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói, eu quero apenas insistir, em
nome da Bancada, que o Ver. Luiz Braz faz mau uso e insiste numa versão errônea
sobre o movimento da juventude aqui. A Verª Manuela não trouxe os jovens aqui,
a Comissão de Educação os recebeu, um movimento que era público, na rua, e que
esta Casa, sim, teve diálogo com eles; o Governo Municipal, não, e a Polícia e
a Brigada, muito menos. Eu queria fazer esse registro, que não é aceitável esse
tipo de versão que ofende a juventude, ofende a Verª Manuela e a nós todos que
recebemos os jovens.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero só informar,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, que há pouco uma comissão de
taxistas agendou uma visita à Casa para a próxima terça-feira. Eu até devo
dizer aos Vereadores que eu tenho uma profunda relação com os taxistas de Porto
Alegre, é público e notório. Então, não há por quê! Eu não estou entendendo
isso! É bom que fique claro aqui para os telespectadores que nos assistirem
amanhã. Eu não estou entendendo esse jogo que se pretende montar, tentando
jogar a segurança da Casa, que é importante para a Casa, contra não sei o quê?
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador-Presidente, nós vivemos o
Ano da Solidariedade; solidariedade pressupõe paz. E parece que não estamos
encontrando. Eu conheço V. Exª, V. Exª foi Secretário Municipal dos Transportes
e não deixaria de atender os taxistas. Então, eu acho que nós podemos
reconstruir a paz e voltar ao trabalho. Saúde e PAZ!
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, V. Exª recebeu aqui uma
correspondência de um dos diretores do Julinho, que lamentava a atitude tomada
por alguns dos jovens, insuflados por alguns Vereadores, que vieram aqui e
quebraram o plenário. Eu li essa correspondência, estive com V. Exª e jamais
vou concordar com que alguém vá para dentro das escolas e pregue para os
estudantes que eles têm de sair de lá, maldosamente, e quebrar tudo, para que o
Partido deles possa realmente vir à tona e eles conseguirem fazer o movimento
que querem. Então, sou contrário e vou me opor eternamente a esse tipo de
prática, porque acho que é nefasta! Acho que a política não pode conviver mais
com essa prática que muitas pessoas querem que seja usual dentro de uma Câmara
Municipal!
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Bem, eu vou encerrar
essa parte.
O
SR. ERVINO BESSON: Rapidamente, Ver. Elói Guimarães. Foi
dito aqui que ninguém quis receber os motoristas. Não é verdade, a nossa
Comissão, por unanimidade, decidiu receber a comissão dos motoristas, porque é
a nossa obrigação, enquanto Comissão de Direitos Humanos e Defesa do
Consumidor. Muito obrigado, Vereador.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, eu gostaria de
testemunhar em favor do Ver. Carlos Comassetto, porque eu estava presente aí.
Na verdade, havia uma tropa de choque, se V. Exª não está dando as ordens,
alguém as está dando para impedir que as pessoas entrem. Então, nós temos de
fazer com que as ordens sejam respeitadas e esta Casa seja democrática.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós vamos dar por
encerrada esta parte. Eu fui generoso com todos; todos os Vereadores fizeram
apartes.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Quero voltar a dizer aqui, seja por
precaução, seja por uma atitude de querer resguardar o patrimônio público, que
não estou dizendo que a segurança agiu de má-fé ou por orientação equivocada,
mas houve, em um primeiro momento, a barragem, no segundo portão, de toda a
manifestação. Inclusive, eu vim aqui pedir um aparte na manifestação da Verª
Mônica Leal, para comunicar a V. Exª e ao Plenário. A partir disso, é verdade,
foram restabelecidas as relações para que entrasse a comissão. Porém, eu não
posso deixar de trazer essas palavras aqui, em função do que foi dito pelo Ver.
Nereu D’Avila e outros que fizeram pronunciamento dizendo que eu não trouxe a
verdade. Em um primeiro momento, foi isso que aconteceu, depois, foi
restabelecida. De minha parte, é isso.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu dou por encerrado,
acho que está claro, está esclarecido.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu acho que a Casa não
pode se submeter a esse tipo de coisa! Vossa Excelência é o Presidente, encerra
essa palhaçada e vamos continuar trabalhando!
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, eu gostaria de
permanecer no tema e até estimular aquele confronto em torno dos microfones de
apartes, porque, sem dúvida, eles aqueceram a Sessão. Mas, mesmo correndo o
risco de um anticlímax, eu vou mudar de assunto, não sem antes de cumprimentar
V. Exª em razão da clareza e da firmeza com que conduziu os trabalhos durante
esses incidentes.
Eu trago um outro assunto, e é um assunto
interno, para nossa reflexão. Eu presido a Comissão de Constituição e Justiça e
quero informar a este Plenário algo que talvez não seja da percepção de, pelo
menos, todos os senhores. A Comissão de Constituição e Justiça realizou tantas
reuniões este ano quantas foram as terças-feiras que houve. Todas as
terças-feiras foram marcadas reuniões com quórum satisfatório e, às vezes,
unânime - muitas vezes, unânime. E eu tenho recebido aqui no plenário, e nos
corredores da Casa, queixas, admoestações, ou apelos - bem-humorados, de um
modo geral, e sempre respeitosos -, no sentido de que há um excessivo rigor por
parte da Comissão de Constituição e Justiça na avaliação da
constitucionalidade, da organicidade, em resumo, da juridicidade dos processos,
ali, em tramitação. Não tenho a experiência do passado recente da Casa para
avaliar queixas dessa natureza, mas posso testemunhar, pela unanimidade dos
meus Pares daquela Comissão, independente do Partido que lá representem, que
está havendo um rigoroso critério técnico, jurídico, na avaliação das
competências, especialmente quanto à iniciativa, à harmonia e à independência
dos poderes.
Eu até vejo como saudável uma sólida e
exuberante preocupação dos membros da nossa Casa na proposição de matérias
relativas à nossa Cidade. Tão exuberante que, com grande freqüência, excedem os
limites da competência constitucional do Legislativo para invadir atribuições
ou do Poder Executivo ou, eventualmente, de outras esferas de competência do
nosso sistema republicano. Em alguns casos, tenho ouvido apelos, provavelmente
bem intencionados, no sentido de que sejamos menos rígidos e de que possamos
permitir a tramitação, para que o Plenário, soberanamente, decida o conteúdo
dos processos que lá tramitam. Ora, não nos peçam tal licenciosidade, que
seria, talvez, obscena, porque a soberania do Plenário se exercerá com o
respeito à institucionalidade, que começa pelo Regimento da Casa e termina pela
Constituição Federal.
Por exemplo, anteontem examinamos e, por
larga maioria, decidimos que os Projetos de Resolução e de Emenda à Lei
Orgânica da Verª Maria Celeste provavelmente têm alto mérito no conteúdo, mas
conflitam com regras regimentais e orgânicas quanto à iniciativa, num caso, e
quanto ao conteúdo jurídico, num outro. Provavelmente, havendo contestação,
essa matéria poderá ser trazida ao Plenário mediante o exame da preliminar de
natureza jurídica. Mas entendo, Sr. Presidente, que o Plenário da Casa dedicará
bom uso do seu tempo se atentar para os trabalhos que realiza a Comissão de
Justiça, para o elevadíssimo quórum de presença e para o conteúdo jurídico dos
seus debates.
Certamente contribuímos para a boa
convivência desta Casa com o Poder Executivo dispensando-nos do penoso momento
de votar um projeto, e, depois, apoiar o seu próprio veto por causa de
injuridicidade apontada. É uma contribuição que pretendemos continuar dando ao
conjunto desta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela
Meneghetti e o Ver. Raul Carrion estão em representação.
O Ver. Professor Garcia está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Raul Carrion.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem pela TVCâmara, volto a
essa tribuna para falar de um tema que eu tenho debatido nos últimos anos aqui
em Porto Alegre, que é o assunto do aumento dos combustíveis. Na Bahia, hoje,
iniciou uma CPI promovida pela sua Assembléia Legislativa relativa aos aumentos
abusivos dos combustíveis naquele Estado. Uma farta documentação, inclusive de
proprietários de postos que compravam diretamente da distribuidora. E aqui no
Rio Grande do Sul, nos últimos três anos, nós temos visto cenas idênticas às
que acontecem em todo o Brasil, ou seja, aumentos abusivos, e depois, e eu já
falei várias vezes sobre isso, vem a operação conta-gotas, isto é, coloca-se o
preço lá em cima e a cada semana vai-se baixando um a dois centavos até chegar
a um determinado patamar, e, próximo a determinados feriados, sobe novamente.
Nós já havíamos dito que chegaria o
Feriado de Corpus Christi e subiria o
preço. Não deu outra! Não precisa ter bolinha de cristal, ser vidente, basta
acompanhar essas movimentações que têm sido feitas. E podem ter a certeza de
que o preço da gasolina, a partir de segunda-feira, de novo, começará a
operação conta-gotas. Hoje a média está em 2 reais e 48 centavos, 2 reais e 49
centavos, a partir de segunda-feira baixará e depois subirá novamente, ou seja,
sempre em véspera de feriadão e início de mês os preços ficam incompatíveis com
o que pode pagar a população.
Ora, já falamos tanto desse assunto, mas
o que nós queremos é que os diversos segmentos policiais, a Polícia Federal, as
Delegacias do Consumidor, tomem atitudes mais enérgicas, porque eles estão
sempre dizendo que estão investigando os postos, e até agora nós não vimos
nenhuma atitude relativa a isso. Esses fatos são corriqueiros, estão brincando
com a população da Cidade, do Estado, fazendo com que preços subam e depois
tenham quedas repentinas que não se justificam. Todas as vezes que chamamos na
Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, constatamos que as
justificativas não são plausíveis, inclusive, na última vez, houve uma
justificativa que, pelo meu modo de ver, foi até hilariante. Tentaram nos
convencer de que grande parte do aumento também era devido à evaporação. Ora! A
evaporação acontece no bolso do contribuinte, que a cada aumento desses vê o
seu poder de compra diminuído.
Então, mais uma vez, o que queremos é
fazer um alerta para que a população fique atenta e que a Polícia Federal, a
Polícia Estadual, a Delegacia do Consumidor comecem a ter um olhar diferente e
que digam para a população o que foi investigado, porque estão há anos investigando
e até agora não trouxeram nenhum resultado, ou venham de público e digam:
”Olha, fizemos uma investigação e não constatamos nada”. Pronto, isso faz parte
do processo. O que não pode é ficar uma dúvida e ao mesmo tempo a população
ficar à mercê dessas subidas e descidas constantes do preço da gasolina.
Mais uma vez queremos vir de público
dizer que na Bahia começou hoje uma CPI em função desses aumentos de
combustíveis, e eu acho que nós também poderíamos ter um olhar diferenciado. A
Câmara não seria o lugar para isso; a Assembléia poderia, porque os aumentos
estão ligados à questão do ICMS.
Volto a dizer que vou continuar batendo
nessa tecla até que alguém me convença ou que a Polícia Federal ou a Delegacia
do Consumidor venham de público dizer o que, na realidade, está acontecendo com
os preços dos combustíveis na nossa Cidade, no nosso Estado. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apenas para dar um
informe oficial, com as informações trazidas da própria segurança da Casa: os
Srs. Taxistas passaram em carreata pela Câmara, não queriam entrar na Câmara e
apenas uma comissão entrou, foi ao Gabinete da Presidência e marcou uma
audiência. Está marcada a audiência. Apenas para informar à Casa.
Encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. N.º 0126/05 –
SUBSTITUTIVO Nº 01, que institui a Semana das Águas no
calendário turístico e autoriza a concessão para exploração dos serviços de
marina pública no Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 012/05, ambos de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo.
PROC. N.º 2507/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 120/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
altera a redação do § 2º e inclui § 3º no art. 4º da lei n.º 7.855, de 25 de
setembro de 1996, que oficializa a Semana Farroupilha, incluindo uma Sessão
Solene comemorativa da Revolução Farroupilha, em data próxima ao dia 20 de
setembro, a ser definida pela Mesa Diretora, que terá a incumbência de convidar
um historiador emérito para discorrer sobre esse acontecimento histórico, e
revoga a Lei n.º 7.111, de 8 de julho de 1992.
PROC. N.º 2768/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 131/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
torna obrigatória a identificação visual dos agentes de trânsito da EPTC,
mediante nome, sobrenome, tipagem sangüínea e o número da matrícula no
uniforme.
PROC. N.º 2881/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 134/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que
denomina Vila Jardim Cruz Alta a área conhecida como Vila dos Tranviários.
PROC. N.º 3168/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 158/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
denomina os seguintes logradouros não-cadastrados, localizados no Bairro Belém
Novo: Rua Egino Luz de Freitas, Rua Tim Maia e Rua Mercedes Azzolini.
2.ª
SESSÃO
PROC. N.º 1596/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 077/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Praça do Lago Verde um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Mário Quintana.
PROC. N.º 2967/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 143/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que
altera as alíneas “a” e “c” do art. 1º, da Lei n.º 6.893, de 12 de setembro de
1991, que denomina e delimita bairros no Município, dando novos limites aos
bairros Ponta Grossa e Belém Novo.
PROC. N.º 3089/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 144/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Pastor Alberto Bantel um logradouro público cadastrado, localizado
no Bairro Mário Quintana.
PROC. N.º 3053/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 100/05, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede
o Troféu Honra ao Mérito ao Hospital Mãe de Deus.
PROC. N.º 3118/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 101/05, de autoria da Bancada do Partido Democrático
Trabalhista, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Professor
Antônio de Pádua Ferreira da Silva.
3.ª
SESSÃO
PROC. N.º 0125/05 –
SUBSTITUTIVO Nº 01, que cria o Conselho Municipal de
Tradicionalismo Gaúcho do Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 008/05, ambos de
autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.
PROC. N.º 1268/05 –
SUBSTITUTIVO Nº 01, que determina que 2006 seja denominado
“Ano Mário Quintana” no âmbito do Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 055/05, ambos
de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.
PROC. N.º 1380/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 064/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que
revoga a Lei n.º 9.465, de 19 de maio de 2004, que denomina Rua Diógenes
Sobrosa de Souza um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do
Pinheiro.
PROC. N.º 3031/05 - PROJETO DE EMENDA À
LEI ORGÂNICA N.º 009/05, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
altera a redação do caput do art. 81
da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, passando para sessenta dias o
prazo para a inclusão de proposições na Ordem do Dia.
4.ª
SESSÃO
PROC. 3034/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº
098/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que altera a
redação do inciso II do art. 20 do texto em vigor da Resolução n.º 1.178, de 16
de julho de 1992, e alterações posteriores, com a inclusão do termo inclusive no recesso no final da redação
do inciso.
5.ª
SESSÃO
PROC. 2923/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 094/05, de autoria da Ver.ª
Maria Celeste, que altera a redação do inciso IV do art. 30, do inciso IV do
art. 31 e do art. 39 da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e
alterações posteriores, passando a denominar Comissão de Educação, Cultura,
Esporte e Juventude a atual Comissão de Educação, Cultura e Esportes.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras e Srs.
Vereadores, eu vou falar porque nós estamos na Semana do Meio Ambiente, e o
Ver. Bernardino deseja que seja construída, aqui no Parque da Harmonia, hoje
com o nome de Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, uma marina pública.
Eu diria, Ver. Bernardino, que a idéia é
excelente, mas a vivência me mostra que quando o servidor da Prefeitura, o
Kurtz, agora não me ocorre o nome completo, idealizou o Parque, sem que se
fizesse uma planta do mesmo, ele colocou uma marina que foi iniciada. A
Prefeitura não estava gastando nada, esse Parque foi construído pelo carinho
desse engenheiro agrônomo, o Kurtz, e a Prefeitura utilizou materiais que
existiam, sobras daqui, dali, não havia uma planta, mas o Kurtz tinha na cabeça
tudo o que deveria ser feito, e a marina foi iniciada, ela ainda pode ser vista
saindo do prédio em que uma parte dela está construída, quando, então, os
ambientalistas entraram em Juízo e impediram que se continuasse a construir a
marina pública, que V. Exª, hoje, acertadamente, deseja fazer. Portanto, eu
acho que nós teremos dificuldades.
Por falar em marina, eu quero lembrar
também que na Administração do Sr. Tarso Fernando Genro, se pretendeu fazer uma
marina numa das ilhas - e parte dela está feita -, mas não era uma marina
pública. Houve investimento pesado, mas o Secretário Giovani Gregol dizia uma
coisa e o Prefeito Tarso Fernando dizia outra, e colocaram no meio o
empreendedor. Eu, que percorri os caminhos do Serviço Público Municipal, todos,
vi, um dia, um despacho da Secretaria do Meio Ambiente para o Prefeito. Eu
sempre soube, sempre vivi isso: o Processo sai da Secretaria para o Prefeito
assinado pelo Secretário. Mas o Prefeito Tarso Fernando havia dito que a marina
sairia. Lá da Secretaria do Meio Ambiente alguém, de quem não me ocorre o nome
agora, mas que não era o Secretário Giovani Gregol, iniciou, de próprio punho,
a sua resistência à criação da marina. Iniciou assim: “Companheiro Prefeito” -
eu nunca tinha visto uma coisa dessas. Eu sempre entendi que autoridade deve
ser exercida. Autoritarismo é uma coisa diferente; muita gente reclama, mas não
sabe bem do que está reclamando. O fato de um servidor da Secretaria escrever
“Companheiro Prefeito”, e o Prefeito não devolver o documento foi falta de
autoridade. Não teria sido autoritarismo se ele devolvesse. Foi falta de
autoridade. Ele recebeu, e pior do que isso, tirou xerox e deu para a pessoa
interessada.
Portanto, a sua idéia é boa, mas vai
encontrar, pelo caminho, resistência.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. João Antonio Dib. Desde já faço um apelo a V. Exª:
que nos ajude neste Projeto que institui a Semana das Águas no Município de
Porto Alegre e cria, conseqüentemente, a marina pública. Eu lhe peço, por
favor, ajude-nos neste Projeto, porque ele trata do que Porto Alegre precisa: a
Semana das Águas.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Excelente o aparte de Vossa Excelência.
Porto Alegre precisa e merece! E a metade dela, eu acho, já está construída
ali, vamos dar seqüência, e provavelmente o seu Projeto terá a sorte
necessária, porque não altera em nada o rio, não altera em nada, absolutamente
nada, mas vai trazer para a população um momento de lazer, de recreação, de
segurança dentro do rio, e vai trazer turismo para nós. Então eu o cumprimento.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
Vejam como é importante esse Projeto,
porque é esse agente que vai abordar as pessoas, e, para isso, nada mais
louvável que um projeto dessa natureza. Ver. Márcio Bins Ely, quero
cumprimentá-lo por sua preocupação em relação aos porto-alegrenses.
Ao mesmo tempo em que eu falo do Projeto
do Ver. Márcio Bins Ely, que vem ao encontro dos interesses da população de
Porto Alegre, eu quero, mais uma vez, falar sobre o Projeto Vizinhança Segura,
que é para proteger as famílias que ocupam as praças de Porto Alegre, e que o
Secretário Kevin Krieger colocou em ação. Nós, com o crescimento da
criminalidade, sentimos cada vez mais necessário que isso seja feito. É o
clamor da sociedade por uma Cidade mais segura. Hoje o cidadão sente-se
desamparado, ele perde o seu direito básico de ir e vir até mesmo nas praças de
Porto Alegre. Ora, levar um filho para andar de balanço é coisa de alto risco
hoje em dia: periga, quando colocar a criança num balanço e empurrar, a criança
desaparecer, tamanha é a insegurança que nós, porto-alegrenses, vivemos!
Então, eu pergunto, mais uma vez: por que
desarmar a Guarda de Porto Alegre? Que idéia terão os marginais de uma Guarda
desarmada? Por sinal, na minha opinião, já está tão bom para o bandido! Porque
bandido não compra, não adquire essa arma em loja. A população de bem está
desarmada! Eu chamo a atenção dos senhores: é nossa obrigação lutar por esse
Projeto Vizinhança Segura, assim como nós temos de dar os parabéns ao Ver.
Márcio Bins Ely por essa atitude que vem ao encontro dos interesses da
população de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, gostaria de fazer hoje, aqui, uma reflexão sobre alguns projetos.
Há um Projeto de nossa autoria, o PLL nº 143/05, que trata da questão dos
limites do bairro Ponta Grossa em relação ao bairro Belém Novo. Essa proposta
que apresentamos é para corrigir um erro histórico, sob o posto de vista da
afirmação das comunidades locais. A comunidade de Belém Novo é uma das
comunidades da Zona Sul mais tradicionais e mais conhecidas da Cidade. Até,
Ver. Bernardino, faço uma relação dessa questão dos limites de bairro com o seu
Projeto, do qual vou falar também. Belém Novo surgiu em décadas passadas como
um balneário da cidade de Porto Alegre, e o grande potencial que tem Belém
Novo, que tem a Região Sul, está diretamente relacionado à interface dessas
comunidades com o lago Guaíba, lago Guaíba este que tem um potencial magnífico
para o turismo, magnífico para as atividades náuticas, magnífico para a pesca.
Porém, nós precisamos continuar com as ações de recuperação do
lago Guaíba para que a sua proposta de constituir a Semana das Águas possa ser
homenageada e possa ser reconhecida como a Semana das Águas limpas. E aqui faço
um parêntese, Ver. João Dib, porque se não continuar o Projeto Socioambiental,
que vem para despoluir as águas do Guaíba, nós poderemos, Ver. Bernardino, com
o nosso apoio - ou o meu apoio já - constituir a Semana das Águas, continuarmos
a ter a Semana das Águas, mas não poderemos utilizá-las pela sua qualidade e
pela poluição que ainda existe no lago Guaíba, que não é um problema de hoje,
que não é um problema da década passada, mas que é da urbanidade, da estrutura
da urbanidade que se constituiu em todo o Terceiro Mundo. Principalmente nas
décadas de 60 e 70, com o forte êxodo rural, houve um inchaço das cidades, sem
a capacidade de resposta dos Poderes Executivos municipais e mesmo dos
Legislativos. Houve e há ainda em Porto Alegre todo um problema do saneamento
básico, e esse seu Projeto que vem instituir a Semana das Águas no calendário
turístico, e autoriza a concessão para a exploração de serviços de marina
pública, só terá êxito, se nós tivermos também um Guaíba despoluído. Para isso
a atual Administração recebeu o Projeto Socioambiental, que já está
encaminhado, elevando o tratamento dos esgotos de Porto Alegre de 27% para 77%
das águas tratadas.
Portanto, para nós termos tranqüilidade,
Ver. Bernardino, já que o seu Projeto trata da questão das águas, precisamos
avançar, inclusive para a atividade pesqueira, uma atividade tradicional de
Porto Alegre, incluindo a Colônia Z-5, que é a organização primária mais antiga
de Porto Alegre, situada na Ilha da Pintada, bem como a Colônia Z-4, situada no
Distrito de Itapuã, em Viamão, e também o Parque Estadual de Itapuã como
âncora, no Município de Viamão - Parque esse que sofreu todo um retrocesso na
sua condução administrativa e ambiental na atual gestão do Governo do Estado.
Portanto, a sua proposta dialoga com a
transversalidade, ou seja, não basta instituirmos uma Semana das Águas, se não
tivermos uma política ambiental, não só conceitual, mas aplicada na prática, em
que o ato que fizemos aqui, nessa semana, homenageando e dando o Prêmio
Ecologista do Ano José Lutzenberger à Feira Ecológica da José Bonifácio, que
absorve os agricultores situados na bacia do Lami, na bacia do Arroio do Salso,
que já produzem tecnicamente para não poluir e não matar as nascentes. Essa sua
proposta não é exclusivamente para o leito das águas do Guaíba; ela diz
respeito à gestão urbana, e esse tema também estará em discussão e em pauta,
Sr. Presidente, pois vamos iniciar, em breve, a avaliação do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental.
Quero, para finalizar, dizer que a nossa
avaliação não pode ficar até a margem do Guaíba, tem e deverá incorporar os
leitos, como também o lago Guaíba, que é um patrimônio não só de Porto Alegre,
como da humanidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, Ver.
Luiz Braz, com base no art. 99 do Regimento Interno desta Casa, vimos recorrer
da decisão do Presidente que ordenou a retirada dos Anais do pronunciamento do
Ver. Carlos Comassetto, em aparte do Ver. Adeli Sell, visto que tal atitude
fere a liberdade de expressão parlamentar, uma vez que, em momento algum, houve
qualquer ofensa à Presidência ou aos demais Parlamentares. O Ver. Comassetto
tratou tão-somente de defender o legítimo direito dos taxistas de ingressar no
Plenário Otávio Rocha durante a Sessão Ordinária, que é pública. Nesse sentido
a Bancada do Partido dos Trabalhadores e do Partido Comunista do Brasil pede
deferimento.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está recebido o
Requerimento e será enviado para a Comissão de Constituição e Justiça para que
a mesma possa se pronunciar.
O
SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): O Requerimento é ao
Plenário, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Requerimento sempre
da manifestação, da decisão da Mesa é à Comissão de Constituição e Justiça, não
é ao Plenário. Sempre o Requerimento tem de ser enviado à Comissão de Justiça,
isso é regimental. Então se V. Exª quiser, encaminhe à Mesa o Requerimento que
será enviado para a Comissão de Constituição e Justiça. A Comissão de Justiça é
que se pronunciará com relação à ação do Presidente.
O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Luiz Braz, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, vou tratar de alguns Projetos que tramitam nesta Casa. O
primeiro é o PLL nº 143/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que denomina
e delimita bairros no Município de Porto Alegre, dando novos limites aos
bairros Ponta Grossa e Belém Novo. Vejo que outro Vereador também ingressou,
hoje, com um Projeto para alteração de nome de bairros. É importante salientar
que há oito anos, desde o meu primeiro mandato, estão sendo discutidos, aqui na
Casa, projetos que propõem alterações de nome de bairros - até hoje essa
questão não evoluiu. Inclusive o Ver. Claudio Sebenelo ingressou com seis ou
sete alterações para nomes de bairros e delimitações. O Ver. Comassetto também
está ingressando, hoje, com propostas para alteração de nome de bairros.
Lembro-me, inclusive, de uma polêmica
muito grande aqui na Casa, nos anos de 1998 ou 1999 - e o Ver. Hélio Corbellini
atuou intensamente na questão do Plano Diretor, naquela oportunidade -, quando
o Ver. Isaac Ainhorn denominou um bairro com o nome Iguatemi. A comunidade
daquele bairro manifestou-se contrariamente àquele nome, criando uma polêmica.
No final, o nome que havia sido aprovado nesta Casa, foi rejeitado por meio do
veto. Então, quero dizer que acho que é importante o que o Ver. Comassetto está
trazendo, pois essa matéria será analisada pelo Plano Diretor, quando será
discutido como vai ficar esta Cidade com as novas projeções, com as novas
divisões que serão feitas por esta Casa.
O Ver. João Antonio Dib está propondo o
título Troféu Honra ao Mérito ao Hospital Mãe de Deus. Quero parabenizá-lo,
Ver. João Dib, pela iniciativa; realmente é meritória, já que V. Exª tem
relação com o Hospital Mãe de Deus, especialmente, com a falecida Irmã
Jacobina. De fato, o Hospital Mãe de Deus, a cada dia que passa, está num
processo evolutivo dentro da Cidade, do Estado, como referência.
Também quero parabenizar o Ver.
Bernardino pela sua iniciativa, referindo o ano de 2006 como ano-marco do
centenário de Mário Quintana, nosso poeta maior,e para que, a partir de então,
todos os seguintes 365 dias sejam dedicados à obra, à vida do poeta, relembrando
e trazendo para aqueles que não o conhecem, a oportunidade de conhecê-lo.
E, por último, quero comentar um Projeto
do Ver. João Antonio Dib, que propõe uma alteração no art. 81 da Lei Orgânica,
permitindo que o Vereador, após 30 dias do ingresso do seu Projeto, possa,
imediatamente, trazê-lo para a Ordem do Dia para votação. Acredito que não
basta simplesmente ampliarmos o prazo de 30 para 60 dias, mas é importante que
haja o parecer de uma ou mais Comissões sobre o assunto, relatando se é a favor
ou contra, e os motivos. Então, é importante termos um julgamento maior, já que
ocorre seguidamente aqui na Casa, de os Projetos entrarem na Ordem do Dia sem
ter o mínimo de apreciação por parte dos Srs. Vereadores. De qualquer maneira,
acho que essa alteração de prazo de 30 para 60 dias já cria uma situação
diferente, e gostaria de conversar com o Ver. Dib para que ele, talvez, pudesse
fazer uma emenda para que o prazo de 30 dias continuasse valendo para o caso de
títulos ou nomes de ruas, e eu vou lhe dizer o porquê.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador Garcia, também eu tenho um Projeto de Lei de
alteração da Lei Orgânica em que os nomes de ruas não virão mais a Plenário,
serão resolvidos na Comissão, o que torna tudo mais fácil, mais econômico e
rápido.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Eu concordo, mas como ainda não há nada
certo, nós temos de nos guiar pelo viés de hoje. E essa é uma preocupação. Mas
quero parabenizá-lo, porque acho que isso vai ajudar, e muito, o nosso processo
Legislativo. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Elói Guimarães reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com palavra para discutir a Pauta.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Elói Guimarães,
digníssimo Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há três
Projetos de nossa autoria que estão em Pauta. E gostaria de dizer o óbvio aos
Vereadores: que o Projeto surge evidentemente da idéia de um Vereador, mas que
a sua construção se dá pela soma dos esforços de todos nós Vereadores. Por isso
faço um apelo para que o Ver. Comassetto, assim como os demais Vereadores que
citaram o nosso Projeto, participem também, sugerindo as alterações que
entenderem convenientes. Nós não temos a menor dificuldade em aceitar essa
construção. Quero registrar que fiquei muito contente ao receber um Ofício do
MTG, que afirmava que aqui em Porto Alegre temos mais de 80 CTGs, em torno de
cem mil tradicionalistas.
O nosso Projeto, que tem a pretensão de
criar o Conselho Superior do Movimento Tradicionalista no Município de Porto
Alegre, com o objetivo principal de manter uma chama votiva no Parque da
Harmonia e administrar esse Parque, Vereadores, tem por trás disso uma
preocupação única: dar ao Movimento Tradicionalista o espaço que merece. Não
podemos esperar que esse Movimento tenha uma semana no ano para fazer as suas
festividades, as suas apresentações e as suas demonstrações somente na Semana
Farroupilha.
O outro Projeto é o Centenário de Mário
Quintana no ano de 2006. Aqui faço um apelo aos Vereadores, em especial à Verª
Margarete Moraes, nossa conterrânea, que é muito ligada à Cultura, para que
venha somar-se a esse Projeto. A Verª Manuela também já se pronunciou a esse
respeito, e toda ajuda é bem-vinda, toda construção vai somar para que possamos
fazer uma homenagem digna a essa celebridade: Mário Quintana.
Muito bem falou também o Ver. João
Antonio Dib do nosso Projeto. O Ver. Comassetto também colocou da importância
de se ter uma conscientização ou um tratamento das condições do nosso Guaíba
para que depois possamos implementar e aprovar esse Projeto. Foi mais ou menos
nesse sentido que entendi.
Ver. Comassetto, não é um questionamento,
é que vamos bater naquela situação: “quem surgiu primeiro: o ovo ou a galinha?”
De qualquer sorte, a sua participação vai ser muito importante, Ver.
Comassetto, e lhe faço o mesmo apelo que fiz ao Ver. João Antonio Dib, que venha
para que possamos construir, porque o Projeto que visa a criar a Semanas das
Águas em Porto Alegre busca, antes de tudo, a conscientização, porque enquanto
não tivermos a conscientização, não vamos ter preservação. O que falta à
população de Porto Alegre, com todo respeito, é conhecer o rio Guaíba, conhecer
o estuário do Guaíba. Esse Projeto visa, também, a dar publicidade, levar as
pessoas até o nosso estuário, porque a grande maioria da população não o
conhece, nem sabe a quantidade de poluição que lá tem. Quem sabe, no dia em que
tomarem conhecimento da poluição que lá existe, terão consciência, sim, da
preservação ambiental.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Bernardino, eu gostaria de dizer que o Engenheiro de que
falei é o Kurtz Zimermann. Eu quero dizer que apóio integralmente o Projeto de
V. Exª, e ouso até a já propor um nome à Marina, o nome do Engenheiro
recentemente falecido László Böhm, que foi comodoro do Veleiros, conhecia o
Guaíba como a palma da sua mão, e há poucos dias desta semana as suas cinzas
foram aspergidas no rio Guaíba.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Uma Emenda de V. Exª
ao nosso Projeto será uma honra.
O
Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Bernardino, muito obrigado. Gostaria de dialogar com o Ver.
João Dib, porque tínhamos preparado uma emenda com o nome da Marina, porque,
Harmonia já existe o Parque e como não pode haver dois nomes iguais, sugerimos
que fosse Jacques Costeau, justamente porque foi o grande homem no tratamento e
na defesa dos mares e das águas do mundo. Mas vamos dialogar para construir
juntos esse nome.
O importante é dizer que o seu Projeto
tem valia, mas todos os arroios que nós temos, seja ele: Chico Barcelos, Manecão,
o Lami, o Arroio do Salso, o Arroio Guabiroba, o Arroio Capivara, e assim por
diante, precisam ser entendidos. E por isso temos que lutar pela continuidade
do Projeto Socioambiental. Muito obrigado.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado. Ver.
Comassetto, eu volto a fazer um apelo para que a gente possa construir este
Projeto de forma conjunta. Se nós, evidentemente, formos questionar os
pormenores, nós vamos permanecer muito tempo discutindo e ainda corremos o
risco de não aprovarmos ou não atingirmos o nosso objetivo.
Eu vou aproveitar para fazer a leitura do
art. 1º desse Projeto (Lê.): “Fica instituída a Semana das Águas a ser
efetivada anualmente, na quarta semana de janeiro, com o objetivo de promover o
turismo e o lazer, incentivar o enraizamento de uma cultura de relações da
sociedade com o Guaíba”. Nós temos que ter consciência de que nós estamos aqui
ao lado do Guaíba e não há essa relação com a sociedade. A Cidade foi
construída de forma a dar as costas ao estuário do Guaíba, e daí não há uma
cultura, se perdeu, com o tempo, a vida das pessoas com o lago Guaíba, com o
estuário do Guaíba, e este Projeto visa a resgatar de forma urgente a vida da
população de Porto Alegre com o estuário do Guaíba.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu queria lhe informar que a Semana das Águas já é uma instituição
internacional e estadual, aqui. Essa Semana das Águas já existe, já foi
comemorada duas ou três vezes na cidade de Porto Alegre, oficialmente. Na primeira
semana de outubro ela será realizada novamente.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Qual é a sua opinião a respeito do
Projeto para que nós possamos concluir?
O
Sr. Claudio Sebenelo: É que já existe a Semana das Águas.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Qual é a lei? Existe algum Projeto de
Lei? Alguma coisa? Existe na prática? Então vamos oficializar.
O
Sr. Claudio Sebenelo: Já é oficial. Inclusive é a Mesa quem
toma a iniciativa.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Não é do nosso conhecimento. Mas de
qualquer sorte, se faz muito pouco pelo estuário do Guaíba, hoje. Acho que nós
temos de resgatar algumas coisas do passado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu apregôo Recurso da
Bancada do PT e do PCdoB, de diversos Vereadores, acerca de decisão desta
Presidência. Requerimento (Lê.): “Com base no artigo 99 do Regimento Interno
desta Casa, vimos recorrer da decisão do Presidente que ordenou a retirada dos
Anais de pronunciamento do Vereador Carlos Comassetto, em aparte ao Vereador
Adeli Sell, visto que tal atitude fere a liberdade de expressão parlamentar,
uma vez que em momento algum houve qualquer ofensa à Presidência ou aos demais
Parlamentares. O Vereador Comassetto tratou tão-somente de defender o legítimo
direito dos taxistas de ingressarem no Plenário Otávio Rocha durante a Sessão
Ordinária, que é pública. Neste sentido, a Bancada do Partido dos Trabalhadores
pede deferimento. Sala de Sessões, 02 de junho de 2005. Bancada do PT”.
Estou encaminhando à Comissão de Constituição
e Justiça.
O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há
algumas coisas nas quais eu acredito piamente. Uma delas é a sinceridade das
palavras utilizadas pelos meus semelhantes. Eu acredito nas homenagens que se
prestam a esses ou aqueles indivíduos, a essas ou aquelas entidades. Eu
acredito que sempre saia do fundo do coração de cada um que a propõe e não
apenas se faça uma proposição para somar alguns votos, chamar a atenção de
alguns amigos.
O que eu quero dizer é que fiz um
Requerimento à Mesa para que fosse votado hoje o Projeto de Lei do Executivo
que passa a chamar a Reserva Biológica do Lami de Reserva Biológica do Lami
José Lutzenberger e cria o museu José Lutzenberger.
Ora, esta Casa reiteradas vezes
homenageou, em vida, José Lutzenberger. Seria porque os ambientalistas dariam
mais alguns votos a esse ou aquele Vereador? Esta Casa criou o prêmio José
Lutzenberger. Será porque os familiares de José Lutzenberger dariam alguns
votos para alguém? Ou será que havia sinceridade no que faziam?
Este Projeto entrou nesta Casa no dia 20
de abril. Não estou culpando ninguém, nem quero culpar, e foi apregoado no dia
4 de maio. No dia 23 de maio, 33 dias depois, a Verª Mônica Leal pediu
aplicação do art. 81, conforme determina a Lei Orgânica, no momento da entrega
do Projeto. Eu já demonstrei aqui que, se o Prefeito tem até 30 de setembro
para entregar o Orçamento da Prefeitura para o ano seguinte, e ele entrega na
sexta-feira, 30 de setembro, o Projeto só poderá ser apregoado no dia 04 de
outubro. Será que ele não cumpriu a Lei, ou será que não é claro o que é da
data do ingresso? Não importa quanto tempo fique na Procuradoria, não importa
quanto tempo fique na Diretoria Legislativa. Mas eu dizia também que a vida é
momento, e nós estamos vivendo um momento em que esta Casa, nesta semana,
homenageou a Semana do Meio Ambiente. Será que as Lideranças, concordando - e
creio que concordam, já demonstraram isso -, nós não poderemos votar este
Projeto? Nós estaríamos cometendo alguma heresia? Claro que não; nós sempre
fomos sinceros quando homenageamos o José Lutzenberger.
No dia 13 de dezembro de 1975, eu era
Diretor-Geral do DMAE, e era Presidente desta Casa o José César de Mesquita; eu
cheguei a ele e disse: “Presidente, preciso aprovar este projeto, um projeto
muito bom”. “Mas não dá para aprovar, porque hoje é 13 de dezembro; amanhã é o
último dia de Sessão na Câmara, porque dia 15...” - naquele tempo as coisas eram
mais regradas, 21 Vereadores funcionavam com muito mais eficiência - “...e dia
15, nós votamos a nova Mesa; então não dá para fazer”. “Presidente, estou
insistindo, estou trazendo um projeto que vai beneficiar muita gente lá no
Morro da Cruz...”. Ele olhou de novo e disse: “Pode deixar.” No dia seguinte,
24 horas depois, estava aprovado o Projeto. Mas eu não estou pedindo que
aprovem 24 horas depois; eu estou pedindo que a Casa diga que é verdade tudo
aquilo que foi declarado nesta tribuna em homenagem a José Lutzenberger. Não
importa o que diga a Diretoria Legislativa, muito menos o que diga a
Procuradoria da Casa; importa que as Lideranças confirmem as palavras que
usaram aqui, dizendo que esse homem merecia o apoio e o carinho do povo
porto-alegrense, porque foi um dos primeiros a levantar a necessidade de
proteção ao ambiente natural, não só na nossa Cidade, mas no Estado e até no
mundo; o nome dele se expandiu e ultrapassou as nossas fronteiras.
Tenho certeza, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, que esse Projeto a que a Verª Mônica Leal pediu o art. 81 será
votado hoje, sim. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor
Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, ontem, saiu num jornal de Porto Alegre, e foi
amplamente divulgado, um assunto que, como educador, me preocupa muito e
deveria preocupar toda a sociedade: (Lê artigo de jornal.): “Capital Gaúcha é a
de maior uso de maconha por alunos”.
O que diz a matéria, que eu vou-me
permitir ler, pelo menos o início, antes de iniciar a minha fala. (Lê.):
“Conforme confessaram em questionários respondidos de forma anônima, os
estudantes de Porto Alegre apresentam o maior índice de uso de maconha entre os
alunos de escola públicas de 27 capitais.
“O estudo divulgado ontem pela Secretaria
Nacional Antidrogas, mostrou que também é na Capital gaúcha que mais se fuma
tabaco. Quase 50 mil alunos, a partir dos 10 anos, foram entrevistados em todo
o Brasil”.
Primeiramente, muitas pessoas não fazem
uma ligação entre o cigarro, o tabaco, e a questão da maconha, mas é o primeiro
passo. Podem ter a certeza de que, raramente, um jovem começa a fumar maconha
se nunca fumou cigarro.
Outro dado também interessante na
pesquisa é que mostra que grande parte desses jovens estão tendo a sua
iniciação aos 10 anos de idade. Ora, muitas vezes o pai e a mãe daquele menino
ou daquela menina de 10 anos de idade olham para aquela criança e não conseguem
entender, conceber e, muito mais, não conseguem dialogar com os seus filhos.
Então, isso aqui serve de orientação aos
educadores, e, principalmente aos pais, que devem começar a ter um olhar
diferenciado para os seus filhos. Um olhar diferenciado, primeiro, para ver se
essa criança continua com os seus mesmos comportamentos, qual o grupo, qual a
coletividade em que ela começa a conviver; se as suas ações continuam as mesmas
ou estão mudando, porque, muitas vezes, a correria do dia-a-dia no nosso mundo,
que é um mundo com alta tecnologia, por incrível que pareça, não nos permite
que sentemos e conversemos entre esposo e esposa, companheiro e companheira,
pai e filho. E, muitas vezes, essa não-observância leva a esses pequenos
distúrbios.
Já se diz que, na maioria dos lares do
nosso País, as pessoas vivem sob o mesmo teto, mas pouco convivem entre si.
Dependendo da classe social, às vezes, tem um em uma sala, outro em outra sala,
porque as famílias têm essa dificuldade de dialogar. Então, quando nós vemos que
uma criança com 10 anos está começando, nós temos de ter sobre ela um olhar
diferenciado.
Um outro dado interessante, também, foi a
questão das armas de fogo, que 39% dos alunos de Porto Alegre já viram arma de
fogo. A pesquisa detectou que o canivete é a arma mais utilizada por 26% dos
alunos. mostrando, e muito, a questão da violência. Faço toda essa minha
interlocução inicial para dizer que hoje nós vamos ter oportunidade de votar a
questão do Parecer, porque é uma Comissão que estamos propondo, que trata da
drogadição, da questão da crianças em situação de risco, bem como do abuso de
crianças e adolescentes por parte dos mais diferenciados setores. Mas eu volto
a dizer que o diálogo, o olhar dentro da família ainda pode ser a salvação para
muitas dessas crianças, meninos e meninas. A falta de um olhar para uma criança
de 10 anos pode significar a perda da criança para o mundo e, muitas vezes, em
um processo irreversível. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
minhas colegas Vereadores e meus colegas Vereadores, primeiramente, eu quero
registrar a nossa solidariedade à segurança da Casa, pois eu acho que ela tem
agido bem ao longo do tempo, e, com certeza, nesse episódio dos taxistas,
também agiu corretamente, porque esta Casa do Povo sempre acolheu com muita
firmeza todas as manifestações - eu acho que não tem sido diferente, e nem pode
ser diferente.
Nós queremos, colegas Vereadoras e
Vereadores, usando este tempo, falar um pouco sobre essa questão da decisão
judicial que acabou coibindo, aqui, Ver. Brasinha, a Guarda Municipal de andar
armada. Primeiro, eu acho que a Lei do Desarmamento é uma lei equivocada. Não é
que desarmar o povo esteja errado, mas é errado desarmar as pessoas de bem e
deixar armadas as pessoas do mal.
A Lei do Desarmamento permitiu, no seu
art. 7º, que nas cidades de médio e grande porte, as Guardas Municipais
pudessem ser equipadas para funcionar como coadjuvantes do policiamento
ostensivo, que é a Política Militar. As cidades como Novo Hamburgo e São Paulo
já têm essa experiência. Com relação a Porto Alegre, até que se prove o
contrário - o Ver. Adeli foi Secretário da SMIC -, já havia um grupo de 26
Guardas Municipais que utilizavam armamentos para acompanhamento da
fiscalização da SMIC. E, agora, a nova gestão os equipou, com veículos, com
motos, e os colocou na orla do Guaíba, nas praças, nesse Projeto Vizinhança
Segura. E o Ministério Público, Verª Mônica, cobrou o cumprimento de uma
decisão judicial de 2003, fazendo cumprir uma liminar, proibindo que os guardas
façam esse processo de parceria. Eu acho que essa medida é equivocada.
Eu entendo que o processo de Segurança
Pública passa por vários pilares. Primeiro, uma cidade bem iluminada é fator de
segurança pública, e Porto Alegre tem que avançar muito nisso. Segundo, uma
política de esportes integrada, especialmente nos centros de grande
criminalidade, é um outro fator inibidor da criminalidade. Indiscutivelmente, a
Guarda Municipal bem equipada, em parceria com a Polícia Civil, com a Brigada
Militar, é um fator positivo em uma Cidade que reclama, diariamente, segurança
pública.
A base da decisão diz que não se pode
usar arma porque não foi regulamentada a Lei. Portanto, que se regulamente a
Lei! O Prefeito diz que já contatou com o Ministro da Justiça para tal
procedimento.
Um órgão que ganhou a sua maioridade na
Constituição de 1988 e que tem prestado extraordinários serviços ao Brasil é o
chamado Ministério Público, com a sua independência. O Ministério Público é o
representante da sociedade, ele representa o cidadão. Eu acho que havia causas
mais nobres para o Ministério Público neste momento tão confuso neste País. Se
entendia dessa forma, por que é que em Novo Hamburgo, então, tem os guardas
armados, uma cidade que está aqui a alguns quilômetros de Porto Alegre? No
mínimo, Ver. Sebenelo, o Ministério Público deveria marcar uma audiência com a
Prefeitura para conversar, e, quem sabe, fazer um termo de ajustamento para ver
se, efetivamente, os guardas tiveram a capacitação, se fizeram os cursos de
tiro, como diz o Secretário Kevin Krieger; se, enfim, passaram devidamente pelo
procedimento, como prevê o ordenamento.
Nós temos uma Cidade que está aí, de
norte a sul, de leste a oeste, clamando por segurança! Eu não quero crer que a
nossa briosa Brigada Militar, que é outra instituição que merece mais do que
respeito de todos nós, esteja querendo dizer que segurança pública é só com
eles, e, portanto, qualquer outra força coadjuvante não pode ser parceira.
Segurança pública, na nossa avaliação, tem que ser integrada, desde a
fronteira, com a coibição do roubo de carga, chegando nas polícias estaduais e
passando por uma polícia local.
Eu acho que, nos últimos tempos,
independentemente de Partido, todos os Prefeitos passaram a ter uma política de
segurança nos seus programas de eleição e, depois, tentam colocá-la em prática.
Quero aqui dizer que acho equivocada essa
posição e espero que, seja por medida judicial ou por um processo de
negociação, se possa restabelecer essa parceria, para que a Cidade possa ter
uma Guarda Municipal mais qualificada e a favor da cidadania. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero apregoar as
Emendas ao PR n.º 077/05, que trata do Plano Diretor. Emenda nº 03, de autoria
do Ver. Nereu D’Avila, que dá nova redação ao caput do art. 240, e aos
parágrafos 2º, 3º, 4º e 5º do art. 240; a Emenda nº 04, de autoria do Ver. João
Antonio Dib, que dá nova redação ao art. 1º e acrescenta parágrafo 1º ao art.
240; e a Emenda nº 05, também de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
acrescenta novo artigo ao Projeto.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, queria fazer uma rápida intervenção para tratar
mais uma vez de um tema que esta Casa tratou por várias vezes esta semana,
considerando a data do dia 5 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente. Nós,
durante esta semana, tivemos uma série de programações nesta Casa, exitosas,
importantes. No próximo sábado, se inicia uma série de atividades referentes à
luta ambiental a partir da Semana do Meio Ambiente, coordenadas por vários
órgãos da Prefeitura Municipal. Eu queria apenas destacar, dentre as atividades
previstas, algumas que se referem a questões emblemáticas da Cidade. A primeira
delas é referente ao arroio Dilúvio e à nova tentativa de fazer com que ele
possa ser recuperado. Eu queria me referir também a uma série de atividades que
estão sendo encaminhadas nas praças, mas eu acho que o mais importante desta
Semana é o aprofundamento do conceito de uma política ambiental que foca fundamentalmente
as suas ações na área da educação ambiental.
A construção de uma cidade saudável, a
construção de uma cidade sustentável com perspectiva de melhoramento na
qualidade de vida da população passa, necessariamente, pela apropriação, por
parte dos seus habitantes, dos seus moradores, dos seus munícipes, e da
importância da conservação do seu patrimônio cultural, do seu patrimônio
histórico, do seu patrimônio político, do seu patrimônio ambiental. Para isso é
fundamental o desenvolvimento de uma concepção correta de gestão ambiental e é
fundamental que as ações propostas na área da educação ambiental não se
restrinjam apenas às estruturas oficiais de Governo. É preciso que esse
conceito englobe a participação dos munícipes, das entidades da sociedade civil
organizada. É necessário que as
ações de educação ambiental contemplem, de uma forma extremamente importante,
as ações voltadas para os alunos, para as alunas, para as crianças que vão ser
aqueles e aquelas que terão a possibilidade da construção de uma sociedade
sustentável, de uma Cidade ambientalmente saudável.
Desse ponto de vista, acho que as ações
sugeridas - e são inúmeras as ações que se iniciam neste sábado, através do
DMLU, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Secretaria de Educação, da
Secretaria da Saúde e de uma série de órgãos públicos -, dentro desse conceito
da transversalidade, da integração dos setores, começam a trabalhar na nossa
Cidade, a partir desta data, o Dia Mundial do Meio Ambiente, a partir desta
Semana, na qual a sociedade porto-alegrense terá a possibilidade de visualizar
melhor as novas políticas ambientais que serão implantadas, e, evidentemente, a
continuidade das políticas ambientais que já estavam sendo implantadas no nosso
Município.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra.
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Eu fiz aqui nesta
tribuna um Requerimento à Mesa para que encaminhássemos um pedido ao Governo do
Estado, no sentido de que nos informasse, tal qual o Governo Federal nos
informa - hoje nos passou 826 mil reais para a Saúde -, e já se passou um prazo
de mais de 50 dias, e eu queria saber se nós já obtivemos resposta a esse
documento. Eu, há poucos dias, perguntei isso e não obtive o retorno, então
gostaria de ratificar, por favor. Muito obrigado.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu acho que o Ver.
Comassetto, se é que eu não estou enganado, está tendo um procedimento
equivocado. Porque, na verdade, é um dever constitucional, regimental, do
Governo Municipal repassar no espelho, quando vem na Sessão, os repasses que
vêm para o Município. Agora, não é regimental e nem orgânico que o Governo do
Estado remeta para a Câmara de Vereadores, mas, sim, para a Assembléia
Legislativa. Agora, se o Vereador quer fazer um Pedido de Informações ao
Governo do Estado, isso tem que ser apregoado aqui e remetido, e, portanto,
isso também é regimental. Agora, querer que o Governo do Estado, sem nenhuma
provocação, faça isso, que a informação venha para o espelho, desculpe-me, isso
tem um nome: demagogia.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta
Casa, nobres Pares, Vereadores e Vereadoras, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, inicio fazendo um desagravo à Verª Manuela d’Ávila, - lutadora,
guerreira, representante da juventude nesta Casa -, com referência a falas e
atitudes que tentam lhe imputar com posturas no sentido de insuflar a juventude
a atos de vandalismo.
Nós não aceitamos essa tentativa de
construção dessa versão, porque o que vemos nessa Vereadora é uma capacidade
propositiva e combativa, sim, mas uma responsabilidade grande, uma capacidade
mediadora, e quando recebeu aqui, junto com o Ver. Adeli e com esta Vereadora,
jovens que estavam agitados,
insuflados e indignados, porque os portões da Câmara estavam fechados, a
postura da Verª Manuela, como a dos demais Vereadores, foi a de construir o
diálogo, foi a de viabilizar que a Instituição discutisse, conversasse com a
juventude. Foi dessa forma que aconteceu aqui a Audiência. E é nesse sentido
que nós queremos nos posicionar: não aceitaremos criminalização de movimento
social! Não aceitaremos a Casa fechada para movimento social!
Aconteceu, na seqüência, sim, da vinda
dos estudantes, que famílias que foram despejadas do Santa Mônica tiveram que
ser recebidas pela CUTHAB, lá no portão, na rua, fora da Câmara de Vereadores.
E foi nesse sentido que a Bancada aqui se manifestou, querendo que fossem
recebidos os taxistas.
Feito esse o primeiro registro. Falo
também sobre o tema da segurança. Parece-nos estranho que se torne agora o
grande problema da Segurança Pública estar ou não a Guarda Municipal armada
nesta Cidade. A Segurança Pública é fundamentalmente responsabilidade do
Estado. É claro que a segurança cidadã pressupõe uma ação articulada com o
Município, mas muito mais uma ação articulada com um trabalho social, em cada
região, uma ação conjunta das lideranças comunitárias, dos órgãos da Prefeitura
com os órgãos do Estado. Muito mais isso do que mais uma milícia armada na
Cidade! Enquanto todas as discussões sobre Segurança afirmam que o caminho para
a Segurança Pública é unificar as instituições, é a articulação e a integração
do trabalho ofensivo com a inteligência, propõe-se, aqui, mais uma instância,
numa outra esfera, e armada, na rua. Parece-me que isso vai na contramão de
tudo o que a humanidade vem acumulando.
Ao que nós estamos assistindo, sim, é a
uma omissão e a uma incompetência do Governo do Estado em relação à Segurança
Pública, fruto, sim, do caos na Segurança, de uma CPI irresponsável que
desmantelou políticas conseqüentes de enfrentamento do corporativismo, da
corrupção na nossa Polícia e na nossa Brigada, realizadas pelo Governo Olívio.
Hoje, a sociedade gaúcha grita devido à
insegurança, porque há uma brutal diminuição do efetivo neste Estado! Porque
não há Secretário de Segurança a não ser para culpabilizar a vítima! Porque não
há comando, não há trabalho organizado! Há falta de estrutura e de
responsabilidade social.
Então, o debate nos parece desfocado
nesta Casa. Do que nós precisamos, e corretamente o fizeram os taxistas, hoje,
sim, é ouvirmos a população e sermos interlocutores, mas foram, corretamente,
para o Palácio Piratini, porque é de lá que nós precisamos ter respostas quanto
à Segurança Pública neste Estado. De lá é que nós precisamos que se assumam os
atos, os primeiros atos tomados pelo Governo Rigotto, que foram os de separar
os comandos da Brigada e da Polícia, e, logo em seguida, vêm as conseqüências
sérias que temos hoje, fora, acrescidas a retirada de políticas importantes de
formação, de proteção da saúde dos policiais, e acrescida da falta de
prioridade para ter instrumentos, para ter efetivo, para ter formação, para ter
capacidade, sim, de estar presente na vida do cidadão gaúcho e, de fato,
resolver o problema da Segurança.
Então, não é a Guarda que tem que estar
armada; essa não é a questão central. A questão central é a omissão, a
incompetência, a ausência deste Governo do Estado na Segurança Pública deste
Estado. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, esta Casa tem a obrigação de receber
todos aqueles grupos que, ordeiramente, queiram vir aqui para discutir com os
Vereadores e com a Instituição os problemas da sociedade. Nós não podemos nos
negar a fazer esse recebimento. E o Ver. Elói Guimarães, que é uma das grandes
lideranças na classe dos taxistas, sente-se até ofendido de os taxistas não
terem entrado, todos eles, aqui, para vir conversar com os Vereadores, porque
esse diálogo sempre houve nesta Câmara. Esta Casa, com os taxistas, sempre
dialogou sem ter nenhum tipo de problema.
Agora, Ver. João Dib, o que não pode
acontecer é se insuflar uma turba lá fora, trazer essas pessoas aqui para esta
Casa, e os seguranças desta Casa, que estavam aqui para manter a ordem e manter
o patrimônio público, serem ofendidos com palavras que não podem ser repetidas
aqui nesta tribuna, mas eram, realmente, palavras que não eram de jovens que
queriam vir aqui para reivindicar coisíssima nenhuma! E, por isso mesmo, sempre
que houver manifestação desse tipo, Sr. Presidente, eu estarei contrário a que
eles possam entrar aqui, porque eu gostaria que os Vereadores que lideraram
esse movimento pudessem pagar os prejuízos que teve esta Casa quando aquele
grupo esteve aqui. Mas nenhum Vereador quis pagar os prejuízos! Não! Os
prejuízos foram de toda a Casa, de toda a sociedade! E aí eles pousam de
heróis! “Ah, somos grandes líderes da juventude”. Mas que liderança é essa?
Liderança de juventude, que eu conheça, é a que empurra a juventude para cima,
é a que prega, de repente, uma escola de melhor qualidade, é a que faz com que
os jovens possam ser os grandes cidadãos do amanhã! Mas não esses que, de
repente, empurram esses jovens para beber cachaça, para as drogas, como as
pesquisas estão aí revelando: a juventude da nossa Capital é a que mais tem
contato com a maconha.
Eu não tenho, Verª Mônica, nenhum orgulho
de ter uma sociedade forjada assim, eu não tenho nenhum orgulho de ver os
nossos jovens liderados dessa forma. Eu sempre vou apoiar as boas causas,
sempre vou apoiar quem estiver, na verdade, querendo conduzir os jovens,
porque, afinal de contas, eu sou pai de sete filhos, e eu sempre vou apoiar
quem estiver conduzindo os jovens para o bom caminho, para que nós possamos
formar uma grande sociedade, Ver. Garcia. Eu sempre vou ser contrário e vou ser
obstáculo - podem falar o que quiserem de mim, podem inventar o que quiserem -
para aquelas pessoas que querem destruir a juventude.
Olha, eu sou inimigo daquele decálogo do
Lênin, que está espalhado pelos quatro cantos, que diz que se tem de perverter
a juventude para poder fazer as revoluções. Se quiserem saber, eu não gosto
desse decálogo, e acho que ele é um dos grandes crimes que se perpetrou contra
a sociedade.
Então, vou-me manifestar de maneira
definitiva, sou favorável a que todos os segmentos da sociedade venham dialogar
com a nossa Câmara Municipal e estarei sempre presente, Ver. Ismael, da minha
Bancada, para ajudar em todos os diálogos para que nós possamos construir uma
boa sociedade. Mas vou ser sempre obstáculo, quando alguém quiser perverter a
juventude, principalmente a juventude. Vou sempre ser obstáculo, quando eu
sentir que não existe uma liderança sadia para os jovens, porque, afinal de
contas, eu almejo uma sociedade melhor, trabalho sempre para que nós possamos
ter uma sociedade melhor. Podem passar por cima, fui passado por cima muitas
vezes, mas eu não ligo, caio aqui e renasço ali adiante, vou sempre ser assim.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Diversas vezes, pautei nesta tribuna a
temática da paz, inclusive, um dia desses, quando debatíamos uma Moção de
Solidariedade à CNBB, por trazer a temática da paz, dizia justamente da
construção de um mundo de paz, como diria Carlos Drummond de Andrade - cujo
livro a querida Verª Margarete Moraes ainda hoje lia -: “O outro nome da paz é
a justiça social”. Por isso, eu sempre compreendi que quem luta por um mundo de
paz, luta direta ou indiretamente por um mundo de igualdade social.
Nós sabemos que essa luta se desenvolve
em diversos âmbitos, e a nossa juventude, em todos os momentos da história em
que foi chamada para esse compromisso, esteve à frente da luta pela paz. A
nossa juventude, aqui no Brasil, e na maior parte dos países do mundo, tem como
tradição a combatividade, tem como tradição os ideais mais avançados, porque
esses são os verdadeiros ideais da paz. São esses os ideais que convertem os
nossos jovens, porque os nossos jovens, graças à luta do maravilhoso povo
brasileiro, não são convertidos por palavras minhas ou de qualquer palavra de
Vossas Excelências. Os nossos jovens têm ganhos, porque possuem gigantescos
corações e mentes ousadas e criativas, mentes essas, Ver. Nedel, que sempre fizeram
os nossos jovens, não por serem convertidos, mas por terem consciência e amor,
e poderem, em todos momentos da história, lutar por um Brasil justo, um Brasil
soberano, um Brasil de todos e de todas.
É por isso que a participação juvenil da
nossa Cidade sempre foi em busca dessa paz, não só a paz contra a guerra
imperialista de Bush - apoiada por Redecker, quando candidato a Prefeito de
Novo Hamburgo, que por sorte foi derrotado pelo nosso companheiro Jair
Foscarini - que essa juventude combate, mas essa juventude constrói a paz nos
mais belos gestos de solidariedade humana. Por exemplo, quando vai à escola e
consegue compartilhar os seus ensinamentos com o seu colega do lado, mesmo com
o sistema capitalista defendido por alguns Partidos, dizendo que um jovem é
adversário do outro, porque competem pela mesma vaga no vestibular. Essa
juventude é solidária e constrói a paz, quando, indiferente de qual a sua
religião, esses jovens e essas jovens são solidários aos judeus que foram
indignamente pegos por esses skinheads,
doentes, que tomam conta de algumas cidades do nosso mundo. Essa juventude de
Porto Alegre, essa juventude da paz, essa juventude que luta por justiça social
é que eu tenho tanto orgulho de representar aqui, nesta Casa.
Eu até queria dizer que aprendi na minha
breve vida, curta por enquanto, um ensinamento: a gente não deve acreditar em
tudo que cai nas nossas mãos. Quando nós usamos minimamente ou dominamos
minimamente as novas tecnologias sabemos que a maior parte das obras que são
autorais na Internet, na realidade, são fraudadas e não são de seus autores. Eu
tenho muito orgulho de representar a juventude, que em pleno ano de 2005, me
elegeu provando que Lênin, Che Guevara, e outros tantos estão vivos nas mentes
e corações daqueles que lutam pela verdadeira paz: a justiça social. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Sr. Presidente, eu
gostaria de solicitar, em nome da nossa Bancada, um minuto de silêncio em
homenagem póstuma ao Sr. Oscar Sacramento, brutalmente assassinado ontem, às
14h30min, pai do Coronel Sacramento que serve no Comando Militar do Sul. Estive
agora no QG; o crime tomou de pavor toda a Corporação, às 14h30min, à luz do
dia, aos 69 anos, cinco tiros, essa é a segurança do nosso Brasil. Gostaria de
registrar essa passagem trágica do pai desse valoroso oficial das nossas Forças
Armadas. Obrigado, Sr. Presidente.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais
Lideranças.
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra.
O
SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, só para registrar que,
naturalmente, obstrução é um direito de minoria. Eu nunca tinha visto ser
exercitado esse direito pela maioria. Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Visivelmente não há
quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h57min.)
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